O Festival Internacional de Cinema DocLisboa, dedicado ao documentário, terá este ano mais cinema português e mais estreias mundiais, reflexo da pertinência e relevância dentro e fora de portas, disse hoje Cíntia Gil, da direção.

O DocLisboa, que começa no dia 18, "cumpriu dois objetivos importantes", referiu Cíntia Gil na apresentação aos jornalistas: "Continuar a ser um local de referência para apresentação de filmes portugueses" e "continuar a ser um festival pertinente e relevante internacionalmente".

Segundo a diretora, há mais filmes portugueses na programação, "filmes de diferentes gerações, de diferentes escritas, de diferentes durações. O festival só tem pertinência quando o meio, do qual nasce e no qual se insere, o reconhece".

Da produção nacional selecionada fazem parte, entre outros, "Casa Encantada", de Júlio Alves, "Extinção", de Salomé Lamas, "Avenida Almirante Reis em 3 andamentos", de Renata Sancho, "A (im)permanência do gesto", de Manuel Botelho, "Terra Franca", de Leonor Teles, e dois filmes de Jorge Cramez - "Antecâmara" - que integra a competição internacional - e "Actos de Cinema".

A competição internacional, feita só com estreias mundiais, integra "Resurrection", de Orwa al Mokdad, um documentário entre a Síria e o Líbano, e "Goodnight & Goodbye", de Yao-Tung Wu.

A direção do DocLisboa já tinha anunciado anteriormente grande parte da programação, tendo sido acrescentadas hoje algumas novidades, nomeadamente a exibição de "Fahrenheit 11/9", de Michael Moore sobre a administração de Donald Trump, "O plano", de Steve Sprung, sobre trabalho, e "The Silence of others", olhar de de Almudena Carracedo e Rovert Bahar sobre vítimas do franquismo, em Espanha.

Da programação, destaque ainda para a retrospetiva, em parceria com a Cinemateca, dedicada ao realizador colombiano Luis Ospina, que estará em Lisboa.

"Luís Ospina é muito desconhecido ainda em Portugal. Mesmo na Europa percebi que esta retrospetiva com este fôlego é inédita e estamos no terreno que nos parece ideal, que é o de ir mapeando a evolução do documentário no mundo e, neste caso, através de um autor que traz com ele todo um contexto latino-americano, o cinema da Colômbia e um polo muito local", afirmou hoje o diretor da Cinemateca, José Manuel Costa.

Na secção "Heart Beat" foram incluídos "Friedkin Uncut", filme de Francesco Zippel sobre o realizador de "O exorcista", mas também documentários sobre os Depeche Mode, sobre a Blue Note ou sobre Rostropovich, e ainda uma homenagem a Aretha Franklin com "The blues brothers", de John Landis.

O DocLisboa volta a ocupar os espaços da Culturgest, cinema São Jorge, Cinemateca e Cinema Ideal. A abertura é assegurada com "The Waldheim Waltz", filme de Ruth Beckerman sobre o antigo secretário-geral da ONU que escondeu o passado durante o regime nazi. Este filme é o candidato da Áustria a uma nomeação para os Óscares.

O encerramento do festival, no dia 28, ficará por conta de "Infinite Football", de Corneliu Porumboiu.

Nesta edição, o DocLisboa procura ser mais inclusivo, com uma sessão de audiodescrição para cegos e pessoas com deficiência visual, no dia 19 com o filme "Shut up and play the piano", de Philipp Jedicke.