
Larry David apoiou publicamente Woody Allen após ler a sua recente autobiografia "Apropos of Nothing".
Numa entrevista ao New York Times, o co-criador de "Seinfeld" e estrela de "Calma, Larry", defendeu o livro e o cineasta de 84 anos com quem trabalhou no filme "Tudo Pode Dar Certo" (2009).
"É ótimo, é um livro fantástico, muito engraçado. Sentimos que estamos na sala com ele e sim, é simplesmente um ótimo livro e depois de lê-lo é difícil ficar a pensar que aquele tipo fez algo errado", disse ao jornal.

"Apropos of Nothing" deveria ter sido publicado originalmente pela editora Hachette, que devolveu todos os direitos ao autor após um protesto público dos seus funcionários e do único filho biológico do cineasta, o jornalista e escritor Ronan Farrow, que está convencido de que o seu pai abusou sexualmente da sua irmã no início dos anos 1990.
Quem avançou foi a Arcade Publishing, que o lançou a 23 de março sem aviso prévio porque "não se submeteria às pressões politicamente corretas do mundo moderno".
Na década de 1990, em plena disputa legal com o cineasta, a sua ex-mulher, a atriz Mia Farrow, denunciou o suposto abuso da filha adotiva de ambos, Dylan Farrow, quando tinha 7 anos.
Pouco antes da denúncia, Farrow tinha-se separado de Allen ao descobrir que ele tinha uma relação secreta com outra das suas filhas adotivas, Soon-Yi Previn, 34 anos mais nova que o realizador.
A Justiça investigou as duas denúncias durante meses, mas não encontrou elementos para julgar o cineasta por abuso de menores, mas após o surgimento do movimento #MeToo, Dylan insistiu que sofreu abusos por parte do pai.
Em "Apropos of Nothing", o realizador de "Annie Hall" e "Manhattan" volta a negar as acusações e garante que existe uma maioria silenciosa em Hollywood que o apoia em privado, mas não pode falar publicamente com medo de repercussões profissionais.
"Pensei que era irónico, pois essa era a razão exata que as mulheres ao longo do ano deram para não denunciarem os seus assediadores: que as suas carreiras iriam sofrer", escreve na autobiografia.
Woody Allen voltou a trabalhar na Europa ao descobrir que não conseguiria fazer filmes no seu país porque o #MeToo o colocara na lista negra.
Em privado, garante, alguns atores disseram-lhe que "esperei a minha vida por este telefonema e agora não posso aceitar".
Comentários