Em dezembro, a Arábia Saudita, o reino ultraconservador onde o álcool, o cinema ou o teatro estão entre as proibições, decidiu autorizar as salas de cinema a partir do início de 2018, após mais de 35 anos de proibição.
E o primeiro filme a ser exibido no país foi... "Emoji: O Filme".
A agência Reuters avançou que a animação infantil foi exibida no centro cultural da cidade de Jidá durante o fim de semana, numa sala "improvisada" equipada com projetor, passadeira vermelha e... máquina de fazer pipocas.
As salas de cinema foram banidas no início dos anos 80 por pressão dos círculos conservadores. Com mais de metade dos sauditas a ter menos de 25 anos, os que podiam deslocavam-se ao Bahrein aos fins de semana apenas para ir ao cinema, ou voavam para o Dubai. Era ainda possível adquirir milhares de filmes em DVDS pirateados por dois ou três dólares, vê-los por satélite ou recorrendo à partilha de ficheiros pela internet, que tem uma dimensão gigantesca.
Tudo isto foi alterado pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que procura promover espetáculos e eventos de entretenimento, no âmbito de um ambicioso plano de reformas e diversificação económica e cultural intitulado Visão 2030.
Até surgirem salas de cinema permanentes em março, as autoridades vão continuar a patrocinar as sessões improvisadas. Até 2030, a expectativa é que existam 300 cinemas com duas mil salas.
Apesar do levantamento das restrições, os filmes serão censurados para garantir que respeitam os "valores morais" do reino.
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