Numa altura em que as infeções diárias COVID-19 regressaram a valores preocupantes nos EUA por causa da variante Delta e a relutância de milhões de cidadãos com a vacinação, ficou a saber-se que o filme de ficção científica "Eu Sou a Lenda" é usado nas teorias da conspiração sobre a pandemia.

Um artigo do jornal The New York Times (NYT) desta segunda-feira chamou a atenção para o complicado processo por que está a passar uma empresa de Nova Iorque para conseguir que todos os seus funcionários sejam completamente vacinados.

Para justificar a sua hesitação, as respostas de alguns funcionários da Metro Optics Eyewear vão das teorias sobre microships à ausência de autorização formal da agência reguladora do medicamento dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA).

Mas a notícia indicou que uma funcionária "disse que estava preocupada porque achava que uma vacina tinha feito com que as personagens do filme 'I Am Legend' se transformassem em zombies".

No filme de 2007, Will Smith é Robert Neville, um cientista que por algum motivo é imune a um terrível vírus criado pelo homem e é provavelmente o último ser humano sobrevivente na cidade de Nova Iorque.

Inspirado por um livro de 1954 de Richard Matheson, na história não é a vacina, mas a versão geneticamente modificada do vírus do sarampo que causa uma pandemia que mata 90% dos infetados, transformando 9% em vampiros (e não zombies).

A história também não tem lugar em 2021, como indicam as teorias da conspiração, mas em 2012 (e, na versão original, na década de 1970).

Numa reação ao artigo do NYT, a autora e jornalista Delia Harrington comentou "que é realmente lamentável como tantas pessoas perceberam mal a mensagem do famoso documentário de saúde pública 'Eu Sou A Lenda'".

Posteriormente, Vera Bergengruen, a correspondente em Washington da revista Time, mergulhou nas redes sociais e rapidamente percebeu que há meses que o filme tem um papel importante em teorias da conspiração contra a vacinação em fóruns pró-Trump e QAnon.

Numa reação à notícia original, Akiva Goldsman, o argumentista de "Eu Sou A Lenda", também comentou: "Oh. Meu. Deus. É um filme. Inventei aquilo. Não. É. Real".

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