Nesta quarta edição, que dura até 21 de Abril, em Lisboa, a novidade é uma extensão ao Funchal, na Madeira, de 5 a 8 de Maio. Em Coimbra, o festival estará de 27 a 29 de Abril e no Porto entre 29 de Abril a 1 de Maio.

«Estamos também a tentar ter uma relação mais forte com realidades portuguesas. Queremos que seja uma festa do cinema italiano, mas que tenha um diálogo aberto com Portugal», acrescentou o director do festival, em entrevista à agência Lusa.

Para «criar sinergias» com Portugal, nomeadamente com estudantes, são propostas secções de colaboração com a Fabrica, laboratório artístico da Benetton, mostrando «uma selecção das melhores curtas-metragens e documentários» por ele produzidos, e com a ZeLIG, conhecida escola de cinema documental italiana, «pioneira na difusão do documentário», explicou Stefano Savio.

Apesar da crise, aumentou a qualidade dos filmes que vão ser apresentados, garante Stefano Savio. «A crise é sempre uma aposta. Foi mais complicado [montar o festival] do que no ano passado, mas deu força para criar uma coisa ainda mais ambiciosa», refere.

Além disso, destaca, «há uma relação bastante directa entre a crise social, moral e também económica da Itália e a qualidade do cinema que se faz». É «como se o cinema fosse uma resposta artística, quase um grito, de força, de vontade de avançar, do cinema italiano», descreve o director artístico.

O cinema italiano tem a «inteligência de ser social, subtil e satírico, ao mesmo tempo», considera, aconselhando o público a ver
«Qualunquemente» (2010), de Giulio Manfredonia, «comédia hilariante» sobre a política italiana e que «conseguiu prever o futuro», que será exibida fora de competição, no dia 16, às 19:30, no Cinema Medeia Monumental.

Outras propostas surgem nas secções Ascolta – com uma «sessão especial» dedicada à música italiana –, Il Corto – de curtas-metragens – e Amarcord – que aposta na «redescoberta» de autores, géneros e estilos que marcaram a história do cinema italiano.

Em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, haverá também uma retrospectiva dedicada à «comédia à italiana», com a projecção das «obras-primas de
Dino Risi,
Luigi Comencini,
Antonio Pietrangeli e
Ettore Scola».

A 8½ Festa do Cinema Italiano começa na quinta-feira, com um encontro entre os dois pianistas e compositores
Ludovico Einaudi e
Bernardo Sassetti, que irão falar sobre as suas experiências com o cinema, na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, às 19h30. A partir das 21:00, segue-se a festa de abertura no Largo das Portas do Sol, em Lisboa.

A quarta edição do festival conta com 25 filmes.
«La Prima Cosa Bella» (na imagem), de
Paolo Virzi e candidato seleccionado por Itália para concorrer ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro para 2010, abre oficialmente o festival no dia 15, às 21:30, no Cinema Medeia Monumental.


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SAPO/Lusa