Obras em videoarte dos artistas Salomé Lamas, Nuno Cera, Inês Alves e Miguel Tavares estão entre as 176 selecionadas para concurso no festival Fuso, que decorre online a partir de hoje (27), em Lisboa, como anunciou a organização.

A 12.ª edição do Fuso - Anual de Videoarte Internacional de Lisboa, festival que se realiza desde 2009 em espaços ao ar livre, decorrerá exclusivamente online devido aos constrangimentos da pandemia, apresentando uma programação dedicada à "Diversidade. Adversidade", até domingo.

Obras de Nuno Serrão, Welket Bungué, Paulo Arraiano, António Olaio, Kopal Joshy, Júlio F. R. Costa, Patrícia Andrade, Florence Weyne Robert, Sandra Araújo, Rita Azevedo Gomes, Ana Mendes Cinza Nunes, Renata Ferraz & Flávio Almeida foram também selecionadas pelo certame, e vão ser exibidas, via streaming, em três sessões distintas hoje, sexta-feira e sábado.

"Mais do que nunca, o ‘open call’ do Fuso 2020 revela - no difícil contexto da pandemia - a diversidade das práticas da videoarte feita em Portugal e/ou por artistas portugueses. Foram submetidos 176 projetos, o que é mais um sinal da vitalidade da cena contemporânea portuguesa, projetos propostos por jovens artistas, mesmo muito jovens artistas", comentava, num comunicado, divulgado no início de agosto, o diretor artístico do evento, Jean-François Chougnet, referindo-se a criadores nascidos na década de 1990.

O programa de 17 obras "favoreceu imagens nómadas e poéticas", e as três sessões virtuais que serão realizadas no festival "têm a ambição de sugerir uma reflexão sobre o estado das imagens hoje, tentando compor uma estrutura do tempo", acrescenta o programador e curador.

Jean-François Chougnet vai apresentar as sessões às 19:00 e, no final, o público poderá votar no seu vídeo favorito, no site do festival (fusovideoarte.com).

A estes trabalhos vão ser atribuídos dois prémios: Prémio Aquisição Fundação EDP_MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) para a melhor obra eleita pelo júri presidido por Margarida Chantre (Fundação EDP/MAAT), e composto por Susana de Sousa Dias, Isabel Nogueira, Irit Batsry e Yuri Firmeza, no valor de 2.500 euros; e Prémio Incentivo Restart, atribuído pelo público, de apoio a um projeto através de cedência de recursos e meios técnicos no valor de 1.500 euros.

Os vencedores vão ser conhecidos no dia 30 de agosto.

Nesta edição, o festival Fuso vai colocar frente a frente a diversidade e a adversidade, abordando as questões de género, o racismo, a violência e a intolerância na sociedade global, com um conjunto de filmes selecionados pelos curadores Rosa Spaliviero, Lory Zippay, Bojana Piškur, Cristiana Tejo, Antónia Gaeta, Greg de Cuir Jr, e Tanya Barson.

A programação foi preenchida com obras como "Kinshasa", de Francois Knoetze, "Misfit (a visual poetry)", de Karanja Ng’endo, "The invisible woman", de Pascale Obolo, "Notions of Freedom", de Ulysses Jenkins, "Apesar do apocalipse, há o tempo", de Laryssa Machada, "(Shoe)", Jorge Queiroz, ou "Can’t Nobody Hold Me Down", de Puff Daddy.

Nos trabalhos, os artistas refletem como as sociedades se relacionam, as várias formas de vida que habitam no planeta, a pluralidade e coexistência de línguas, culturas e tradições, costumes, corpos e géneros, políticas sociais, assimilação e subjugação.

Pelo terceiro ano consecutivo, o festival convidou o Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação para apresentar uma seleção de trabalhos realizados pelos alunos do Curso de Cinema/Imagem em Movimento.

Este ano, sete alunos responderam ao desafio de pensar a ideia de diversidade global, segundo a organização.