"Argentina, 1985", o multipremiado filme argentino que ficou sem o Óscar em março, ganhou os Prémios Platino da indústria audiovisual ibero-americana, que foram entregues no sábado em Madrid.
A longa-metragem para a Amazon Prime Video dirigida por Santiago Mitre sobre o julgamento dos comandantes militares da última ditadura na Argentina (1976-83), ganhou o prémio de Melhor Filme Ibero-americano de Ficção nesta décima edição.
Além disso, conquistou mais quatro troféus de um recorde de 14 nomeações: Ator para Ricardo Darín, Argumento, Direção Artística e "Cinema e Educação em Valores".
Após receber o troféu no centro de conferências IFEMA, na capital espanhola, Darín dedicou o prémio "à incrível humanidade de um homem chamado Julio César Strassera", em referência ao procurador que interpreta no filme.
Estes prémios somam-se aos muitos outros que este filme conquistou, que retrata a investigação do promotor Strassera (Darín) e a sua equipa do horror vivido no país sul-americano durante a ditadura.
Antes, havia conquistado, entre outros, o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e o Goya de Melhor Filme Latino-americano.
Porém, em março perdeu o Óscar de Melhor Filme Internacional para o alemão "A Oeste Nada de Novo".
O outro grande vencedor da noite foi o filme espanhol "As Bestas", drama rural dirigido pelo madrileno Rodrigo Sorogoyen que tinha 6 nomeações, que levou os prémios de Melhor Realização, Ator Secundário (Luis Zahera), Som e Montagem.
"Notícia de um Sequestro" domina em televisão
A gala, apresentada pela atriz colombiana Carolina Gaitán, o ator mexicano Omar Chaparro e a atriz espanhola Paz Vega, a série colombiana "Notícias de um Sequestro" dominou os prémios televisivos.
A produção também da Amazom Prime Vídeo inspirada no livro homónimo de Gabriel García Márquez, uma história sobre a luta contra os cartéis de drogas na década de 1990, ganhou a estatueta de Melhor Série Televisiva Ibero-americana.
Os seus criadores, o chileno Andrés Wood e o colombiano Rodrigo García, filho de García Márquez, também foram premiados, e um terceiro Platino para esta produção foi concedida à sua protagonista, a colombiana Cristina Umaña.
O Platino de Honra desta edição foi arrecadado pelo ator porto-riquenho Benicio del Toro, que no seu discurso disse ser "uma honra" ser homenageado em Madrid, "a capital do mundo hispânico".
Del Toro afirmou que "embora as coisas tenham mudado um pouco" em Hollywood, "ainda existe esse problema" de que os papéis que os atores latinos recebem tendem a mostrar estereótipos.
De qualquer forma, o ator disse que, quando teve que interpretar personagens desse género, sempre procurou a sua "humanidade e complexidade" ao representá-los.
Este ano, as produções de doze países competiram nas diferentes secções: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, República Dominicana e Uruguai.
Os Prémios Platino, que até agora tiveram galas na Espanha, Panamá, México e Uruguai, são organizados pela Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais e pela Federação Ibero-americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais.
Os prémios, que foram concedidos pela primeira vez em 2014, têm lugar alternadamente na América Latina e na Espanha.
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