Edgar Castro, a personagem central do filme, está desaparecido, foge da sua ex-mulher, Rebecca. Na realidade, ele está fora da capital com a sua amada Celia, que ameaça deixá-lo se ele não arranjar trabalho. Mas ninguém brinca com os sentimentos de Rebecca.

Furiosa, contrata pessoas para encontrar Castro: Acuña, um vigilante que anda de muletas; Willie e Samuel, cujas mensagens secretas e sem sentido fazem parte de uma trama pseudo-conspirativa. Baseado no romance Murphy, de Samuel Beckett, o filme é um retrato cómico e melancólico do homem moderno, que aspira a viver em pleno a sua liberdade interior. É também sobre a velocidade do cinema, onde a câmara, atenta e participante, serve de revelação.

Abundam as perseguições e os esconderijos, as pistas secretas, falsas ou verdadeiras, numa sensação vertiginosa de personagens que, inexplicavelmente, correm pelas ruas da cidade, se envolvem em prodigiosas acrobacias (da coreógrafa Luciana Acuna), utilizando os movimentos dos chapéus-de-chuva como sinais de código. Muitas são, também, as referências cinematográficas a
Jacques Rivette,
Jean-Luc Godard ou
Jacques Tati.

«Castro» é exibido hoje, 29 de Abril, no Cinema Londres, às 21h45