Francis Ford Coppola foi homenageado com o prémio de carreira do American Film Institute a 26 de abril, que juntou muitas personalidades do mundo do cinema.

Uma delas foi Adam Driver, que elogiou o filme em que trabalharam juntos, "Megalopolis", como "uma obra de arte".

O cineasta de 86 anos investiu parte da sua fortuna e terá perdido cerca de 100 milhões de dólares com o fracasso nos cinemas.

No entanto, mais de meio ano após a estreia, o filme-testamento continua a não estar em plataformas de streaming, seja a Netflix, Amazon, iTunes ou Apple, nem existem edições em DVD e Blu-ray.

"Apesar de todos os elogios recentemente feitos, 'Megalopolis' tornou-se o filme invisível mais celebrado do ano", diz a revista especializada The Hollywood Reporter.

"Megalopolis"

Segundo fontes próximas de Coppola, a última coisa que ele deseja é que o seu filme seja visto numa televisão em casa.

"Ele quer que passe em cinemas, a forma como foi planeado", disse uma das pessoas ouvidas.

Assim, em vez do lançamento digital, o cineasta está a apostar numa digressão por várias cidades: após a homenagem do AFI, voou para acompanhar uma sessão esgotada num cinema de Boston e fará o mesmo a 30 e 31 de maio em Detroit.

Note-se que a situação aplica-se na América do Norte, pois o filme está disponível para alugar noutros países onde estreou nos cinemas, incluindo Portugal, nomeadamente na plataforma Filmin.

Ignorando as perspetivas comerciais, o autor da trilogia “O Padrinho” (1972-1990) e “Apocalypse Now” (1979), viu "Megalopolis" como a sua obra-prima definitiva após uma gestação de décadas.

Na Cidade de Nova Roma, uma megalópolis fictícia que cruza Nova Iorque, a Roma antiga e a Gotham das sagas "Batman", Coppola imaginava o confronto entre Franklyn Cicero, um velho presidente da câmara (interpretado por Giancarlo Esposito), que continua comprometido com um "status quo" reacionário, perpetuando a ganância, a corrupção e a guerra partidária, e o jovem presidente da sua comissão de planeamento, Cesar Catilina (papel de Adam Driver), um artista de génio que tentava alcançar um futuro utópico e idealista na reconstrução da cidade.

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