De acordo com a Cinemateca Portuguesa, num comunicado hoje divulgado, aquele espaço vai ser palco, no dia 30 de outubro, de uma “sessão pública que premiará um conjunto de seis profissionais que se distinguiram pelo seu contributo para a história do cinema português, numa iniciativa proposta pelo Governo de Portugal através do Ministério da Cultura”.

Além da atriz Isabel Ruth e do cineasta António da Cunha Telles, que será agraciado a título póstumo, irão também ser distinguidos com Medalhas de Mérito Cultural o diretor de fotografia Acácio de Almeida, o cineasta Manuel Faria de Almeida, a atriz Manuela de Freitas e a realizadora Margarida Cordeiro.

Isabel Ruth, de 83 anos, é um “rosto incontornável do cinema português”, que já trabalhou com realizadores como Paulo Rocha, Manoel de Oliveira, Teresa Villaverde, João Botelho, José Álvaro Morais, Fernando Lopes e Pedro Costa.

António da Cunha Telles, que morreu em novembro de 2022, aos 87 anos, é um dos nomes indissociáveis do Cinema Novo português, nos anos de 1960, tendo produzido filmes como “Os Verdes Anos” (1963), de Paulo Rocha, e “Belarmino” (1964), de Fernando Lopes, e dirigido filmes como "O Cerco" (1970). Quando morreu, António Cunha Telles tinha praticamente concluído, e ainda inédito, o filme “Cherchez la femme”.

Acácio de Almeida, de 85 anos, é diretor de fotografia desde a década de 1960, tendo trabalhado com realizadores como António de Macedo, João César Monteiro e Raoul Ruiz. É também fundador do Centro Português de Cinema e da produtora Inforfilmes.

Manuel Faria de Almeida, de 89 anos, faz também parte do movimento do Novo Cinema Português, tendo realizado nas décadas de 1960 e 1970 vários filmes, entre os quais o “altamente censurado” “Catembe”. Foi ainda fundador do Centro Português do Cinema, administrador da Tobis Portuguesa e realizador na RTP.

A atriz Manuela de Freitas, de 83 anos, participou em filmes de realizadores como João César Monteiro e Manoel de Oliveira e foi fundadora do Teatro da Comuna e do Teatro do Mundo, estando também entre as equipas iniciais de grupos como Fernando Pessoa, Casa da Comédia e Os Bonecreiros.

Já Margarida Cordeiro, “nome fundamental na vanguarda do cinema documental” em Portugal, afirmou-se com obras como “Trás-os-Montes” ou “Rosa de Areia”, filmes que realizou com António Reis.

À sessão pública de entrega das Medalhas de Mérito Cultural segue-se a projeção de “Rosa de Areia”.

De acordo com a Cinemateca Portuguesa, “a entrada para os eventos será efetuada mediante o levantamento de convite na bilheteira da Cinemateca, e estará aberta ao público em geral”.