Keanu Reeves cortou a idade do seu icónico John Wick para menos de metade do que estava planeado, revela um livro que será publicado esta terça-feira sobre os bastidores da saga de ação que revitalizou a sua carreira e mesmo o cinema de ação de Hollywood.

O assassino profissional tinha 75 anos e estava reformado há 25 na versão original do argumento, segundo um excerto antecipado pela imprensa americana do livro "They Shouldn’t Have Killed His Dog: The Complete Uncensored Oral History of John Wick, Gun Fu, and the New Age of Action” ["Não deviam ter morto o seu cão: a história oral completa e sem censura de John Wick, Gun Fu e a Nova Era da Ação”, em tradução livre].

John Wick tinha sido imaginado como um herói de ação "à antiga" a regressar para se vingar e quando o argumento com o título "Scorn" lhe chegou às mãos, o produtor Basil Iwanyk imaginou que apenas Clint Eastwood e Harrison Ford podiam ser credíveis.

Até que entrou em cena o melhor amigo deste produtor e também o agente de Keanu Reeves, que lhe perguntou se tinha algum projeto no género de ação para o seu cliente.

Recordando-se imediatamente que "Keanu é uma das maiores estrelas de ação dos últimos 25 anos", Basil Iwanyk enviou-lhe o argumento e a mensagem: "Claramente, não tens 75 [anos]".

No livro, o ator recorda que soube assim que leu que "John Wick" seria "uma colaboração fantástica".

"Todos concordámos com o potencial do projeto. Havia esta personagem de John Wick, mas também se tem o mundo real e, ao mesmo tempo, este género de submundo. Este covil de ladrões que tem esta honra e um código [de honra]. Existe esta ligação emocional com John Wick, que está de luto, que perdeu o amor da sua vida e tem este passado sombrio mítico. E adorei a busca que ele faz para recuperar a sua vida. E o mundo pelo qual ele se move para fazê-lo", recordou.

Segundo o argumentista Derek Kolstad, foi a própria futura estrela da saga que "meteu as mãos [no argumento] e o moldou à sua medida".

Como ele tinha 48 anos de idade e não 75 no início de 2013, Kolstad conta o que aconteceu quando chegou a casa do ator para reescrever o argumento, um trabalho aos fins de semana durante dois meses: "A primeira coisa que o Keanu me disse foi, 'Ok, Derek, vou interpretá-lo aos 35'. E eu fiquei, 'Por mim, tudo bem'".

O resultado é conhecido: lançado em 2014, o primeiro "John Wick" foi um sucesso comercial modesto, mas conquistou mais público no mercado de vídeo.

O impacto foi tão grande que quando chegou a sequela, dois anos mais tarde, as receitas de bilheteira duplicaram, confirmando que "John Wick" se tinha tornado um fenómeno de culto, reforçado pelo sucesso ainda maior de "John Wick 3: Implacável" em 2019.

Com o realizador Chad Stahelski a prometer "novas e interessantes formas de fazer sofrer" o anti-herói, "John Wick: Capítulo 4" deverá chegar aos cinemas a 24 de março de 2023.