"La La Land: Melodia de Amor", o filme do jovem realizador Damien Chazelle onde Hollywood celebra o seu próprio trabalho, recebeu 14 nomeações para os Óscares, o mesmo número de "Titanic" (1997) e "Eva" (1950).

A votação dos mais de seis mil membros da Academia terminou na terça-feira e tudo indica que o musical deve dominar os prémios.

O evento deve começar às 17h00 em Los Angeles (01h00 em Portugal Continental) e, ao que tudo indica, a cerimónia será marcada por discursos contra o presidente Donald Trump, ao mesmo tempo que tenta virar a página da polémica racial dos últimos dois anos, desta vez com seis atores negros entre os nomeados.

A passadeira vermelha e as barreiras ao redor estão protegidos por plástico, já que a previsão é de chuva para Los Angeles no domingo.

La La... dez? 

A canção de abertura de "La La Land" ("Another Day of Sun") junta muitos sonhadores que procuram a grande oportunidade na milionária indústria do cinema, dançando e cantando numa auto-estrada engarrafada de Los Angeles.

E entre estas pessoas está Mia, interpretada por Emma Stone, que fracassa em vários testes, mas no final conquista a fama sacrificando o seu amor por Sebastian, interpretado por Ryan Gosling, que, por sua vez, sonha abrir o seu próprio clube de jazz.

O filme conta uma história de amor, com direito a beijos, sorrisos, choro, tristeza... todo o cocktail de uma comédia romântica, com música, números de dança e muitas referências à antiga Hollywood.

E esta homenagem não passa despercebida.

O site Gold Derby prevê que a longa-metragem triunfará em 10 categorias, incluindo Melhor Filme, Realização, Atriz, Banda Sonora e Canção Original.

O resultado deixaria o filme com uma estatueta a menos que o recorde de 11 Óscares, partilhado por "Titanic", "Ben-Hur" (1959) e "O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei" (2003).

VEJA A LISTA COMPLETA DE NOMEADOS AOS ÓSCARES

Stone, que dominou a temporada de prémios, deve conquistar o seu primeiro Óscar desde que, aos 14 anos, convenceu os pais a mudarem-se para a Califórnia para se tornar atriz. Uma história ao estilo de... "La La Land".

Nos Globos de Ouro, ela venceu na categoria de comédia/musical, enquanto a francesa Isabelle Huppert venceu na categoria de drama por "Ela", pelo qual também foi nomeada para o Óscar. O filme narra a história de uma vítima de violação que procura o seu agressor.

"Se não vencer é porque ela faz parecer [o seu papel] muito fácil. As pessoas gostam de ver a representação e com ela não se percebe, isso é que a torna tão fantástica", declarou à AFP um dos editores da revista The Hollywood Reporter.

As restantes nomeadas na categoria de melhor atriz são Natalie Portman, por "Jackie", Meryl Streep, que ampliou para 20 o recorde de nomeações por "Florence: Uma Diva Fora de Tom", e Ruth Negga por "Loving".

Branco e preto

Uma das categorias mais difíceis de prever é a de melhor ator.

De acordo com várias previsões, Gosling não tem hipóteses e a disputa está entre Casey Affleck e Denzel Washington.

Aflleck foi indicado pelo drama "Manchester by the Sea", em que interpreta um homem abalado e solitário, que terá de enfrentar o seu trágico passado ao regressar à sua cidade natal para tomar conta do sobrinho após a morte do irmão.

Washington está na corrida por "Vedações", que também realizou. A estrela, que já venceu o Óscar por duas vezes (uma estatueta de Melhor Ator por "Dia de Treino" e outra de secundário por "Tempo de Glória"), interpreta um homem que tenta sustentar a sua família na década de 1950 ao mesmo tempo que enfrenta o fracasso na sua vida.

Ao lado de Washington, e depois da polémica do #OscarsSoWhite [Óscar tão branco], que chegou a provocar um pedido de boicote contra a Academia, também foi nomeada Viola Davis, favorita na categoria de atriz secundária.

As outras atrizes negras indicados são a já citada Ruth Negga e, entre as secundárias, Octavia Spencer por "Elementos Secretos" e Naomi Harris por "Moonlight".

Além disso, Mahershala Ali é o favorito entre os atores secundários por "Moonlight", filme que narra a história de um jovem homossexual negro que cresce num bairro dominado pelas drogas e a pobreza de Miami.

A longa-metragem recebeu oito nomeações, incluindo Melhor Filme e Realização para Barry Jenkins.

De acordo com vários analistas, "Moonlight", uma produção independente, é o único que tem alguma hipótese de evitar a vitória de "La La Land" na categoria de melhor filme.

As outros longas-metragens nomeadas são "Manchester by the Sea", "O Primeiro Encontro", "Lion: A Longa Estrada Para Casa", "Elementos Secretos", "O Herói de Hacksaw Ridge" e "Hell or High Water - Custe o Que Custar!".