A caminho dos
Óscares 2024
"Oppenheimer", o drama de Christopher Nolan sobre o pai da bomba atómica, metade do fenómeno "Barbenheimer", é o grande favorito para ganhar a estatueta de Melhor Filme, entre outros prémios da grande noite de Hollywood.
A combinação de um realizador reverenciado, um elenco de renome, sucesso comercial e crítico, além de um tema relevante, indica que "não há nenhuma razão para prever outra coisa", disse à AFP o colunista do The Hollywood Reporter, Scott Feinberg.
"Seria uma surpresa como nenhuma outra se 'Oppenheimer' não ganhar" o prémio de Melhor Filme, declarou.
Especialistas estimam que a produção ganhará nas categorias Melhor Realização, Melhor Ator Secundário (para Robert Downey Jr), além de diversos prémios técnicos, desde fotografia e edição, até som e banda sonora.
Também é provável que o Cillian Murphy leve para casa a estatueta de Melhor Ator, categoria na qual Paul Giamatti também se apresenta como uma possibilidade por "Os Excluídos".
Se o filme, baseado na biografia vencedora do Pulitzer de J. Robert Oppenheimer, ganhar a categoria de Melhor Argumento Adaptado, a vitória seria enorme.
"Foi um sucesso cinematográfico tão monumental (...) Este é o ano para 'Oppenheimer'", afirmou um dos votantes dos Óscares sob condição de anonimato.
O prémio de Melhor Atriz, por sua vez, suscita suspense, uma vez que Emma Stone, que já tem um Oscar por "La La Land", é elogiada pela sua performance impressionante e ousada. Lily Gladstone, de "Assassinos da Lua das Flores", tem ao seu lado não só a influência do cineasta Martin Scorsese, mas também o peso da história. Ela pode tornar-se a primeira americana com raízes indígenas a ganhar um Óscar como atriz.
"Gladstone contracenou com Robert De Niro e Leonardo DiCaprio, atores enormes, e ela foi o coração do filme", disse o membro anónimo da Academia.
Além disso, "não se pode subestimar Sandra Hüller (...) Ela é a Cinderela", acrescentou. Hüller é o protagonista do drama francês "Anatomia de Uma Queda", favorito para Melhor Argumento Original.
Passadeira rosa
Quanto a "Barbie", lançado no mesmo dia que "Oppenheimer" no ano passado, gerando uma receita de bilheteira dupla de 2,4 mil milhões de dólares em todo o mundo?
É improvável que a comédia feminista surreal saia dos Óscares de mãos vazias.
Concorrendo aos prémios técnicos de Melhor Guarda-Roupa também tem duas nomeações na categoria Melhor Canção Original.
Tanto "What Was I Made For", de Billie Eilish, quanto a balada poderosa "I'm Just Ken", cantada pelo nomeado ao prémio de Melhor Ator Secundário Ryan Gosling, serão tocadas ao vivo na gala de domingo.
Margot Robbie, que interpreta a boneca mais famosa de todos os tempos, recebeu uma nomeação como produtora em Melhor Filme, America Ferrera concorre como Melhor Atriz Secundária, e Greta Gerwig vislumbra o prémio de Melhor Argumento Adaptado.
Com isso, o elenco e a equipa de "Barbie" devem inundar de rosa a famosa passadeira vermelha dos Óscares.
Da'Vine Joy Randolph ("Os Excluídos") é a favorita ao prémio de Melhor Atriz Secundária, enquanto a sátira racial "American Fiction" pode atrapalhar a festa de "Oppenheimer" na categoria Melhor Argumento Adaptado.
O Melhor Filme Internacional parece pesar para "A Zona de Interesse", o drama britânico sobre Auschwitz. Mas "A Sociedade da Neve" não fica muito atrás, na produção espanhola que aborda os dramáticos 72 dias que os jovens de uma equipe uruguaia de rugby viveram na Cordilheira dos Andes em 1972, quando o seu avião caiu e foram dados como mortos.
A história dirigida pelo espanhol J.A. Bayona também está nomeada para Melhor Caracterização, na qual o lendário Kazu Hiro, responsável por "Maestro", é o favorito.
Uma vitória de "20 Dias em Mariupol" como Melhor Documentário, na qual também concorre o chileno "Memória Infinita", de Maite Alberdi, poderia trazer a atenção de volta à guerra na Ucrânia.
Já na animação, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" domina as apostas para Melhor Animação, em que também concorre "O Rapaz e a Garça", do japonês Hayao Miyazaki.
A apresentação da noite mais esperada de Hollywood será comandada por Jimmy Kimmel pela quarta vez. A sua elogiada participação no ano passado ajudou a quase duplicar a audiência registada durante a pandemia.
A 96ª gala dos Óscares começará em Hollywood no domingo às 23h00, hora de Lisboa, e terá transmissão na RTP2. Siga também tudo ao minuto no SAPO Mag e em sapo.pt.
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