Lars von Trier desmentiu ter assediado ou abusado de Björk durante a rodagem de "Dancer in the Dark" (2000).

No domingo, a cantora islandesa partilhou a sua experiência de assédio na indústria do cinema, alegando que um "realizador dinamarquês" a tinha "humilhado" e "assediado" durante a rodagem de um filme.

"Quando rejeitei repetidamente o realizador, ele ficou mal disposto e castigou-me e criou para a sua equipa uma impressionante rede de ilusão em que eu era enquadrada como a 'difícil'. Por causa da minha força, da minha grande equipa e porque não tinha nada a perder por não ter ambições no mundo da representação, afastei-me e recuperei no espaço de um ano", acrescentou, sem especificar qual o tipo de assédios.

Embora nunca mencione o nome, era evidente que se referia a Lars von Trier, uma vez que apenas fez outro filme, "The Juniper Tree" (1990), às ordens da norte-americana Nietzchka Keene.

Esta segunda-feira, o polémico realizador negou as acusações um jornal do seu país, mas reconhece que a relação entre os dois foi conflituosa, tal como foi noticiado na época: a certa altura, a artista chegou a abandonar a rodagem e ameaçou não regressar.

Era Catherine Deneuve, que também entrava no filme, que acalmava os ânimos.

"Dancer in the Dark" ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e Björk recebeu o prémio de Melhor atriz.

Apesar de todos os conflitos e o mais recente desenvolvimento, Lars von Trier disse ao Jylannds Posten que "é uma das melhores interpretações de sempre nos meus filmes".

Ao mesmo jornal, um dos produtores do filme, Peter Aalbaek Jensen, sócio de von Trier na produtora Zentropa, tem uma memória muito diferente da rodagem: "Tanto quanto me lembro, nós fomos as vítimas, aquela mulher era mais forte do que tanto Lars von Trier como eu e a nossa empresa juntos".

LEIA A ACUSAÇÃO DE BJORK.