A caminho dos
Óscares 2021
Foram anunciadas esta manhã (4) nos EUA por Daveed Diggs e Lilly Collins as nomeações de cinema e televisão para a 27ª edição dos Prémios Screen Actors Guild, popularmente conhecidos apenas pela sigla SAG.
Nos filmes, os SAG são o primeiro grande indicador das tendências do interior de Hollywood já que, estatisticamente, parte dos votantes também pertencerá à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que atribui os Óscares: a avaliar pelas quatro nomeações a título póstumo, duas individuais e duas coletivas (pelo elenco dos respetivos filmes), Chadwick Boseman, falecido em agosto de 2020, vítima de cancro aos 43 anos, deverá mesmo ser premiado esta temporada.
Ao contrário das nomeações dos Globos de Ouro, conhecidas ontem (3), dos cerca de 90 membros da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, as escolhas para os prémios do sindicato dos atores norte-americanos são feitas por 2500 atores escolhidos ao acaso entre os cerca de 160 mil associados das duas organizações que se juntaram em 2012 (SAG e AFTRA).
Desde a criação do SAG em 1994, as estatísticas indicam que 78,69% dos atores nomeados para os SAG também entraram na corrida às estatuetas douradas. E no ano passado, as duas organizações corresponderam a 100% nos prémios para Joaquin Phoenix, Renee Zellweger, Brad Pitt, Laura Dern e o elenco de "Parasitas" (o prémio mais próximo de Melhor Filme).
Sem surpresa, a lista deste ano reflete o impacto da pandemia na indústria do cinema, com a presença de filmes das plataformas de streaming e os restantes praticamente desconhecidos do grande público por causa dos cinemas estarem fechados: a Netflix recebeu 13 nomeações e segue-se a Amazon com quatro.
Como esperado, Chadwick Boseman (“Ma Rainey: A Mãe do Blues”), Riz Ahmed (“Sound of Metal”), Anthony Hopkins (“O Pai”) e Gary Oldman (“Mank”) foram nomeados para Melhor Ator, juntando-se Steven Yeun por "Minari", uma das três nomeações dos SAG que confirmam a popularidade do filme sobre uma família coreana à procura do sonho americano (o outro filme a conseguir tantas nomeações este ano é "Ma Rainey: A Mãe do Blues").
Para Melhor Atriz confirma-se o favoritismo de Viola Davis (“Ma Rainey: A Mãe do Blues”), Frances McDormand (“Nomadland”), Carey Mulligan (“Uma Miúda com Potencial”) e Vanessa Kirby (“Pieces of a Woman”), sendo a surpresa a presença de Amy Adams ("Lamento de uma América em Ruínas").
Nos atores secundários surge novamente Chadwick Boseman ("Da 5 Bloods - Irmãos de Armas") e ainda Sacha Baron Cohen (“Os 7 de Chicago”), Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro”), Leslie Odom Jr. ("Uma Noite em Miami") e, num sinal que a nomeação ontem nos Globos de Ouro não foi uma extravagância, Jared Leto (“As Pequenas Coisas”).
Maria Bakalova (“Borat, O Filme Seguinte”), Glenn Close ("Lamento de uma América em Ruínas"), Olivia Colman ("O Pai"), Helena Zengel ("Notícias do Mundo") e Youn Yuh-Jung ("Minari") são as nomeados para Melhor Atriz Secundária, sendo a maior surpresa a ausência de Amanda Seyfried (“Mank”), que muitos analistas acreditam partilhar com Maria Bakalova o favoritismo para ganhar o Óscar.
Para o prémio de Melhor Elenco, surgem "Da 5 Bloods", “Ma Rainey: A Mãe do Blues”, "Minari", "Uma Noite em Miami" e "Os 7 de Chicago", mas as estatísticas não favorecem esta categoria: 69,84% dos nomeados também surgem nos Óscares, mas apenas coincidiram 48% dos vencedores.
Na categoria de cinema existe ainda um prémio que não é incluído na contagem oficial das nomeações dos respetivos filmes por não ser para os atores, mas para as equipas de duplos, onde estão "Da 5 Bloods”, "Mulan”, "Notícias do Mundo", "Os 7 de Chicago" e "Mulher-Maravilha 1984".
Nas séries, dominam as mais veteranos, mas com novidades
Com cinco nomeações cada, a quarta temporada do drama "The Crown" e a terceira e última da comédia "Schitt’s Creek" destacam-se nas séries. Com quatro surge a também veterana "Ozark".
Mas os SAG também não esqueceram os fenómenos "Gambito de Dama", que recebeu três nomeações, e "Bridgerton", com duas.
Tal como no cinema, repete-se o domínio das produções da Netflix, com 17 nomeações, com a HBO num distante segundo lugar, com sete.
"Better Call Saul", "Bridgerton", "The Crown", "Lovecraft Country" e "Ozark" são as séries nomeadas em Drama. Entre as comédias estão "Dead to Me", "The Flight Attendant", "The Great" e "Schitt’s Creek".
Os nomeados para Melhor Ator (Drama) foram Jason Bateman ("Ozark"), Sterling K. Brown ("This is Us"), Josh O’Connor ("The Crown"), Bob Odenkirk ("Better Call Saul") e Regé-Jean Page ("Bridgerton"). Nas comédias, a competição é entre Nicholas Hoult ("The Great"), Dan Levy e Eugene Levy ("Schitt´s Creek"), Jason Sudeikis ("Ted Lasso") e Ramy Youssef ("Ramy").
Para Melhor Atriz (Drama), a grande concorrência é entre Gillian Anderson, Olivia Coleman e Emma Corin ("The Crown"), com Julia Garner e Laura Linney ("Ozark"). Chrstina Applegate e Linda Cardellini ("Dead to Me"), Annie Murphy e Catherine O’Hara ("Schitt’s Creek") e Kaley Cuoco ("The Flight Attendant") são as nomeadas para Melhor Atriz (Comédia).
Nas categorias de interpretação em Telefilme ou Minissérie, estão os atores Bill Camp ("Gambito de Dama"), David Diggs ("Hamilton"), Hugh Grant ("The Undoing"), Ethan Hawke ("The Good Lord Bird"), Mark Ruffalo ("I Know This Much is True") e as atrizes Cate Blanchett ("Miss America"), Michaela Cole ("I May Destroy You"), Nicole Kidman ("The Undoing"), Anya Taylor Joy ("Gambito de Dama") e Kerry Washington ("Little Fires Everywhere").
Pelo trabalho dos duplos, tanto em Drama como Comédia, foram nomeadas as séries "The Boys”, “Cobra Kai”, “Lovecraft Country”, “The Mandalorian” e “Westworld”.
Comentários