México comemora o centenário de Cantinflas, o Chaplin da América Latina

A celebração, no México, do centenário de nascimento do artista Mario Moreno, o «Cantinflas», começou esta semana com a apresentação de um livro comemorativo e uma exposição de cartazes de filmes e fotos dos seus melhores momentos no cinema.

O livro
«Mario Moreno 'Cantinflas': o ator, o toureiro, o empresário, o homem», foi apresentado no palácio de Belas Artes, no México, pela fundação que recebeu o nome do cómico, considerado o
Charles Chaplin da América Latina, e contemplado com o Globo de Ouro para melhor ator em 1957, pelo seu papel em
«A Volta ao Mundo em 80 dias».

«Ao contrário do seu personagem, Mario era um profissional muito sério», disse à imprensa o ator Javier Cordero, que contracenou com ele do filme «A volar joven», de 1947.

Outras homenagens estão previstas nestas duas primeiras semanas de agosto para comemorar a data de aniversário de Moreno, entre elas, a divulgação de uma seleção de mais de 50 dos seus filmes, a serem apresentados no canal estatal de televisão e na Cinemateca Nacional, assim como uma conferência sobre a sua influência no desenvolvimento da comédia e do cinema latino-americano.

Cantinflas, nome artístico de Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes, nasceu na Cidade do México a 12 de agosto de 1911 e faleceu em abril de 1993, vítima de um cancro do pulmão.

Pertencia a uma família muito humilde e tinha 12 irmãos. A sua adolescência foi marcada pela pobreza, o que o levou a começar a trabalhar muito cedo, primeiro como engraxador de sapatos e depois como aprendiz de toureiro, taxista e pugilista.

A vida mudou quando, aos 20 anos, altura em que trabalhava como empregado num teatro popular, teve a oportunidade de substituir o apresentador do espetáculo. Ao inverter frases, trocar palavras e abusar do improviso, Cantinflas, conquistou o público.

Em Hollywood fez apenas dois filmes:
«A Volta ao Mundo em 80 Dias», um sucesso de bilheteira e
«Pepe», um fracasso de público.

A crítica destaca que os melhores filmes do comediante foram feitos nos anos 40 e 50. Entre os seus trabalhos mais elogiados deste período estão,
«Os 3 Mosqueteiros»(1942),
«Cantinflas no Circo»(1943),
«O Grande Mágico» (1948) e
«O Bombeiro Atómico» (1950).

A sua popularidade foi tal que a Real Academia Espanhola da Língua adotou, inclusivamente, o uso do verbo «cantinflear».

SAPO/AFP

*Este texto foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico