Morreu o realizador Albert Pyun, que dirigiu vários filmes de baixo orçamento com uma qualidade longe de entrarem nas temporadas de prémios mas que se tornaram muito populares na era da cassete VHS nos clubes de vídeo dos anos 80 e 90.

A sofrer de esclerose múltipla e demência, a sua morte este sábado aos 69 anos foi anunciada pela sua esposa e produtora Cynthia Curran.

Nascido no Havai a 19 de maio de 1953, trabalhou como editor na área da publicidade antes de se estrear nas longas-metragens.

Com mais de 50 filmes, o seu primeiro e melhor foi "A Espada e o Feiticeiro" (1982), que se tornou a produção independente de maior sucesso nas bilheteiras dos EUA em 1982.

Dentro do cinema fantástico, aí se encontravam muitas das referências para o resto da carreira, cruzando fantasia, ficção científica, ação, aventura e artes marciais, em títulos de baixo orçamento e lançados diretamente em vídeo, conhecidos por "série B", que se tornaram de culto e ainda têm uma pequena legião de fãs.

"Cyborg"

Entre os títulos mais conhecidos estão "Alien from L.A." (1988), "Cyborg" (1989), com Jean-Claude Van Damme, "Dollman - O Super Policia" (1991), "Bloodmatch" (1991), as sequelas "Kickboxer 2: O Regresso" (1991) e "Kickboxer 4: O Agressor" (1994), "Adrenalina" (1996), "O Guerreiro Cibernético" (1996), "Mean Guns - Dados Viciados" (1997) ou a saga "Nemesis" (1992-1996).

"Com grande tristeza e de coração pesado que digo adeus a Albert Pyun", escreveu Van Damme nas redes sociais.

No currículo também existe "As Aventuras do Capitão América" (1990), o primeiro filme protagonizado pelo super-herói da Marvel, interpretado por Matt Salinger.

Vários destes filmes tinham um curioso olhar subversivo e "punk" sobre um futuro pós-apocalíptico, o que justificou numa entrevista em 2012 que nasceu do pragmatismo: "Os ciborgues não me interessam. E nunca tive qualquer interesse em histórias ou cenários pós-apocalípticos. Só que essas situações davam-me a possibilidade de fazer filmes com muito pouco dinheiro e explorar ideias que realmente queria explorar – mesmo que fossem [controversas]".