Patrice Chéreau foi considerado um grande cineasta, além de um mestre de cena no teatro e na ópera. «Tinha uma vitalidade extraordinária», declarou à Agência France Presse Elizabeth Tanner, codiretora da Artemedia, agência artística que o representava. Nascido numa família de pintores, o artista morreu em Paris, vítima de cancro do pulmão. A sua última encenação «Elektra», de Richard Strauss, foi aplaudida em julho no festival lírico de Aix-en-Provence.
Considerado eclético e singular, Chéreau era conhecido pela exigência e enorme capacidade de trabalho. Estreou-se no cinema em 1975 em «A Rapariga da Orquídea» (1975) e prosseguiu sempre com filmes exigentes e de grande qualidade, como «L'Homme Blessé» (1983),
«A Rainha Margot» (1994), parcialmente filmado em Portugal e que conquistou o Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes,
«Quem me amar irá de Comboio» (1996), que lhe valeu o César de Melhor Realizador,
«Intimidade», o grande vencedor do Festival de Cinema de Berlim de 2001, e
«O Seu Irmão», que lhe valeu o troféu de Melhor Realizador no mesmo certame.
O cineasta nasceu a 2 de novembro de 1944 em Lézigné, no oeste de França. Apaixonou-se pelo cinema e descobriu o teatro no liceu Luís - O Grande. Aos 16 anos, subiu ao palco, de onde não desceria mais. Em 1962, manifestou-se contra a guerra na Argélia e apoiou Vaclav Havel, em Praga, no final de 1979. Em 2000, quando a extrema-direita participava no Governo austríaco, boicotou o festival de Salzburgo.
Em 2011 a Sociedade Portuguesa de Autores presto-lhe homenagem com um Prémio Carreira.
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