Rod Daniel, o realizador de alguns populares filmes nos anos 1980, faleceu aos 73 anos no sábado, 16 de abril, foi hoje anunciado pela família.

O realizador está ligado a dois populares filmes para quem cresceu nos anos 1980: "Lobijovem" (1985) e "K-9 - O Agente Canino" (1989).

Um veterano da Guerra do Vietname que começou pela televisão, o norte-americano fez a estreia no cinema com o filme onde Michael J. Fox interpretava um adolescente que  começava a notar estranhas mudanças no seu corpo e acabava por se transformar num lobisomem.

Lançado menos de dois meses após "Regresso ao Futuro", foi um enorme êxito nas salas e ainda maior depois em vídeo que teve uma sequela em 1987 e uma adaptação para televisão em 2011 pela MTV que está em exibição há cinco temporadas.

Também popular, mas sem o mesmo impacto, foi "Tal Pai, Tal Filho", em 1987, onde Dudley Moore e Kirk Cameron eram pai e filho que trocavam de corpos, um género muito popular na época, e principalmente "K-9 - O Agente Canino", onde Jim Belushi era um polícia que tinha como parceiro um pastor alemão com personalidade forte.

Sempre na comédia, seguiram-se "O Super-Forreta" (1991), um 'flop' onde Joe Pesci era um senhorio condenado a viver num dos seus prédios até que este respeitasse os regulamentos, e "Beethoven 2" (1993), a sequela do popular filme com Charles Grodin, Bonnie Hunt e um indisciplinado São Bernardo.

A partir daí trabalhou esporadicamente em televisão e o último trabalho foi "Sozinho em Casa 42 (2002), feito para ser lançado diretamente em vídeo, antes de se retirar e dedicar-se à paixão pela fotografia.

Numa entrevista ao Chicago Tribune em 2011, Rod Daniel foi bastante claro sobre a qualidade do seu legado cinematográfico.

"Não tenho quaisquer ilusões. Vai parecer que me estou a desresponsabilizar, mas quando me reformei nunca mais pensei no assunto... não me equiparo aos mestres. Fiz estes filmes da treta porque podia e porque me pagavam muito dinheiro. O que não quer dizer que não acreditasse no que fazia. Mas... não pagaria bilhete para ver qualquer um dos meus filmes."

"Aguentava o mais que podia [por argumentos melhores], até que começava a faltar dinheiro à minha família se eu não realizasse. Tinha uma responsabilidade para os meus filhos muito antes da responsabilidade com a porcaria dos filmes."