Até agora, a única relação entre Dwayne Johnson e os Óscares foi ao apresentar categorias das estatuetas douradas (e, segundo o próprio revelou, recusar convites para ser o anfitrião da cerimónia).

Isso pode mudar muito em breve: os analistas colocam-no na lista de potenciais candidatos ao Óscar de Melhor Ator desde que foram vistas as primeiras imagens do filme "The Smashing Machine: Coração de Lutador", onde, sem tatuagens e com cabelo, próteses e um sotaque bem diferente da sua voz característica, surge transformado no lendário lutador Mark Kerr, um dos pioneiros do Vale Tudo, Pride e UFC.

Este é considerado o maior desafio numa carreira construída a pulso na transição do wrestling para o cinema, quando era conhecido principalmente como "The Rock", preenchida principalmente por super produções cheias de ação e comédia, como a saga "Velocidade Furiosa".

O "veredito" será conhecido a 2 de setembro, aquando da estreia mundial no exigente Festival de Cinema de Veneza. Segue-se a antestreia na América do Norte, no Festival de Toronto (uma forte plataforma para os Óscares), antes da estreia nos cinemas a 3 de outubro (em Portugal, um dia antes).

"The Smashing Machine: Coração de Lutador" créditos: A24, NOS

O entusiasmo tem justificação: além da presença de Emily Blunt e a ligação ao estúdio A24, ligado ao cinema do circuito independente e que triunfou nos Óscares com "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo", o argumentista e realizador é Benny Safdie, metade da dupla "Safdie", responsável com o irmão Josh pelos filmes de culto "Good Time" (2017) e "Diamante Bruto" (2019).

"Ambientado no virar do milénio, o filme acompanha a trajetória de Kerr quando o sucesso desportivo já não é suficiente para o manter de pé", revela a apresentação oficial, explorando "o lado mais vulnerável de um ícone dos desportos de combate, revelando as tensões entre a glória exterior e o colapso interior".

Convertido nos anos mais recentes numa gigantesca "marca" de negócios, onde não se distinguem filmes, wrestling, fitness e até tequila, Dwayne Johnson admite que ficou nervoso como o que é evidentemente uma reinvenção num percurso confortavelmente muito comercial.

“Foi muito real. Não experimentava isto há muito, muito, muito tempo, em que estava realmente assustado e a pensar ‘Não sei se consigo fazer isto. Será que consigo?’”, diz o ator numa grande entrevista à Vanity Fair, sinal de que começou a sua campanha para as estatuetas douradas: a revista é uma das mais mediáticas "rampas de lançamento".

E acrescentou: “Percebi que talvez estas oportunidades não me aparecessem porque estava com muito medo de explorar estas coisas”.

E explica: "Estava com tanta vontade de ter uma oportunidade de fazer algo cru e corajoso e abrir-me. E, de repente, aparece 'The Smashing Machine'".

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