O famoso cineasta italiano Nanni Moretti lança esta quinta-feira o filme «Mia Madre», no qual presta homenagem à sua própria mãe, que faleceu há quatro anos.
Considerada a obra mais autobiográfica do cineasta e ator italiano, de 61 anos, o filme narra as mil neuroses de uma realizadora de cinema de sucesso, interpretada pela atriz Magherita Buy, que entra em crise pessoal e artística pela grave doença da mãe.
«Com os anos pensamos inevitavelmente mais na morte e este filme conta uma experiência que eu realmente vivi [a morte da mãe, Agata Apicella, professora de latim e grego]», contou Moretti numa entrevista ao jornal Il Messaggero.
O realizador de «Habemus Papam - Temos Papa», o filme que «antecipou» a renúncia do papa, tem um papel secundário, o de irmão da protagonista, que tenta lidar com as dificuldades da realizadora para aceitar que a mãe está a morrer.
Moretti, que exibiu seis de seus 12 filmes no Festival de Cannes, onde integrou o júri em 1997 e recebeu a Palma de Ouro em 2001 por «O Quarto do Filho», além do prémio o melhor realizador diretor por «Querido Diário» em 1994, confessou ainda que está disposto a regressar ao evento.
«Aceito tudo que Cannes pedir», disse.
O cineasta, ator, produtor e argumentista, conhecido pela refinada ironia e sarcasmo com que aborda as angústias da sua geração e pelas críticas ao magnata e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, volta a mesclar tragédia e comédia para descrever tanto as dores como os limites de todo o ser humano ante a morte de um parente próximo.
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