Com mais uma das carreiras mais ecléticas de Hollywood, com muitos altos e baixos, mas principalmente uma bem merecida fama de não ter medo de qualquer tipo de desafio, Nicolas Cage está a ter algumas das melhores críticas este ano com os filmes "Pig" e "Prisoners of the Ghostland".

E apesar de ter 57 anos e a carreira ter começado em 1981, o vencedor do Óscar com "Morrer em Las Vegas" (1995) não está cada vez perto da reforma.

Aliás, a promessa é que nunca se irá reformar como ator de cinema.

"Não, não, não. Não, não. Isso não pode acontecer. Fazer o que faço no cinema tem sido como um anjo de guarda para mim e preciso disso. Sou mais saudável quando estou a trabalhar. Preciso de um lugar positivo para exprimir a minha experiência de vida e o cinema deu-me isso. Portanto, nunca me vou reformar", garantiu à revista Entertainment Weekly.

"Vamos em quantos, 117 filmes? [risos] O que é engraçado é que o meu argumento com as pessoas que dizem 'Trabalhas demais' era 'Gosto de trabalhar e é saudável. Sou feliz quando estou a trabalhar e, já agora, tipos como o Cagney e o Bogart, eles faziam centenas de filmes'. E depois pensei, 'É melhor confirmar isso' e fiquei 'Ups'. [Risos].", continuou.

De facto, James Cagney fez 63 filmes e Humphrey Bogart cerca de 73.

Confirmando que parte da sua justificação para trabalhar tinha mesmo "pés de barro", Nicolas Cage recordou ainda que era amigo de Jerry Lewis (1926-2017) e um dia ao jantar compararam números: ele tinha feito cerca de 100 filmes e a lenda da comédia ficou nos 40.

Não é a primeira vez que o ator diz que trabalhar faz bem à sua saúde.

Durante uma conferência de imprensa em Porto Rico em 2018, contou que uma das muitas razões para querer continuar a trabalhar era por ter uma estrutura algo "auto-destrutiva" quando estava sem nada para fazer.

"Gosto da estrutura do trabalho. É a diferença entre talvez uma garrafa de vinho versus duas garrafas de vinho. Portanto, existe uma rotina e estrutura nisso", defendia.

Nicolas Cage também contava que ainda gostava de fazer filmes e ser ator, mas admitiu que aceitou propostas para ajudar "a pagar as contas".

"Tive de lidar com erros no passado e de sair por mim de um buraco financeiro, encontrando filmes que funcionaram para mim em termos de representação e também, como acontece com toda a gente, pagassem as contas. Afinal de contas, é um emprego", constatava.