Entre 6 de setembro e 18 de outubro,
«Sangue do Meu Sangue» vai ser exibido no festival de San Sebastián (País Basco, Espanha), onde estará em competição, ao lado de realizadores como o britânico
Terence Davies, o japonês
Hirokazu Kore-Eda, o mexicano
Arturo Ripstein, o chinês
Wang Xiaoshuai, a canadiana
Sarah Polley ou a francesa
Julie Delpy.

O filme seguirá depois para o festival de Toronto (Canadá) e logo de seguida para o Rio de Janeiro (Brasil). Em Busan (Coreia do Sul), além de «Sangue do meu sangue» serão exibidos os três filmes anteriores de João Canijo, no âmbito de um programa dedicado ao cinema português.

O filme terá duas versões em sala, uma mais longa (190 minutos) e uma mais curta, e também uma versão de três episódios de 50 minutos para televisão, adquirida pela RTP.

«Sangue do Meu Sangue» é «uma história de amor incondicional, sacrifício e redenção», resume uma nota da produtora Midas Filmes.

O processo de trabalho de
João Canijo em «Sangue do Meu Sangue» ficou registado no documentário «Trabalho de Atriz, Trabalho de Ator».

Durante as 20 semanas de rodagem, o realizador registou o processo criativo com os atores
Rita Blanco,
Anabela Moreira,
Beatriz Batarda,
Vera Barreto,
Cleia Almeida,
Nuno Lopes e
Marcello Urgeghe, que foram criando as personagens enquanto conviviam numa espécie de residência artística.

O documentário teve estreia no IndieLisboa’11, em abril, e nessa altura as atrizes Rita Blanco e Anabela Moreira explicaram à Lusa o processo de criação de João Canijo.

«Cada um dos atores foi construindo a sua própria história dentro desse embrião de história, cada um foi trabalhando o seu texto. Fomos improvisando uns com os outros até termos um guião», contou Rita Blanco.

A ideia inicial era apenas filmar os atores «para que o trabalho dele fosse facilitado», referiu Anabela Moreira. «Não era para ser mostrado a ninguém. Tanto que, quando depois ele tem a ideia de fazer um documentário com aquilo que nós andámos a dizer durante dois anos ou um ano e meio – eu perdi a noção do tempo que foi… –, a primeira questão foi ‘isto vai ser um bocado embaraçante’, porque o processo foi muito intenso, nós dissemos muita coisa, houve partes em que chorávamos, porque estávamos a falar de nós próprios através da personagem», recordou.

João Canijo, sublinhou Anabela Moreira, «acredita que cada ator é único». Faz por «aconchegar» os atores e filmá-los «à maneira dele», disse Rita Blanco.

Num ambiente «descontraído», os espetadores têm a oportunidade de assistir a «uma coisa que nem sequer foi pensada, a câmara estava ali como se fosse outra pessoa», descreveu Anabela Moreira.

«Trabalho de Atriz, Trabalho de Ator» será editado em DVD a 6 de outubro, no mesmo dia em que «Sangue do meu sangue» chega a 15 cinemas nacionais.

@Lusa