O ator Nuno Melo, falecido esta terça-feria aos 55 anos, começou a trabalhar como ator em 1981, no Teatro de Animação de Setúbal, passando depois por companhias como Teatro da Cornucópia, Teatro Aberto ou Artistas Unidos.
Se na televisão foi particularmente marcante a sua interpretação como Caniço na telenovela «Chuva na Areia» (1984), a que se seguiram muitos outros trabalhos, também no cinema, após a estreia em «Mensagem» (1988), de Luis Vidal Lopes e algumas presenças secundárias em títulos de Manoel de Oliveira e João Botelho, ficaram alguns trabalhos particularmente relevantes.
O primeiro foi o de «Tarde Demais» (2000), de José Nascimento, como um dos quatro pescadores - os outros eram interpretados por Vítor Norte, Carlos Santos e Adriano Luz - que tentam sobreviver presos na lama após o seu barco encalhar no Tejo.
Em 2003, é o pai na coexistência violenta e dominadora retratada em «A Filha», de Solveig Nordlund e dois anos mais tarde surge num papel secundário em «O Crime do Padre Amaro», o maior sucesso da história do cinema português.
Em 2007, José Nascimento chama-o para o papel central em «Lobos» ao lado de Catarina Wallenstein, o de um homem que sobrevive na serra após um crime de sangue.
Foi às ordens do realizador Edgar Pêra, que encontrara em 1997 para «A Janela Não É a Paisagem» e com quem trabalhou frequentemente, nomeadamente em «A Janela (Maryalva Mix)» (2001), que teve o grande papel da sua carreira: o do tirano que aterrorizava a população das montanhas do Barroso em «O Barão» (2011).
Em 2012, está em grande destaque no insólito western português «Estrada de Palha», de Rodrigo Areias e ainda em 2014, Pêra chamou-o para um papel secundário em «Virados do Avesso».
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