Deepika Padukone, uma das atrizes mais populares e bem pagas do cinema indiano conhecido por "Bollywood", que também teve o principal papel feminino em "xXx: O Regresso de Xander Cage" (2017), teve de cancelar compromissos públicos após um político do partido governamental ter apelado para que fosse decapitada.
Suraj Pal Singh Amu, o principal coordenador dos media do Bharatiya Janata Party (Partido do Povo Indiano, BJP), que governa a Índia, ofereceu uma recompensa equivalente a 1,23 milhões de euros pelas cabeças da atriz e também de Sanjay Leela Bhansali, realizador do filme "Padmavati".
Considerado um "blockbuster" do cinema de Bollywood, o filme originou protestos na Índia de membros da casta Rajput Karni Sena, pelo que consideram ser a distorção histórica da vida de Padmini, uma lendária rainha hindu do século XIV, por mostrarem o seu romance com um rei muçulmano.
O realizador desmentiu que o filme tivesse essa história de amor, mas as repercussões chegaram a um ponto que levaram ao apelo do coordenador dos media do partido do Primeiro-Ministro da Índia Narendra Modi, que além de prometer a recompensa, assegurou que seriam sustentadas as famílias dos que fizessem as decapitações.
A atriz de 31 anos considerou "absolutamente terrível" o que aconteceu: "Onde é que nos fomos meter? E onde é que chegámos como nação?"
O Partido do Povo Indiano condenou as ameaças do seu coordenador e está a considerar sanções legais contra ele.
Entretanto, numa entrevista esta quinta-feira ao Indian Express que se tornou viral, Suraj Pal Singh Amu já recuou e até afirma que a atriz de quem pediu a cabeça é uma das suas estrelas preferidas.
"Padmavati" ia estrear a 1 de dezembro, mas por causa da polémica foi adiado e pode chegar aos cinemas só a 12 de janeiro, embora ainda não exista confirmação oficial.
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