Cumpriram-se as previsões: "Las niñas" foi o grande vencedor dos Prémios Goya, numa cerimónia virtual e atípica dos "Óscares" do cinema espanhol.

Pilar Palomero entrou na história dos 35 anos dos Goya como a primeira mulher a realizar o grande vencedor: além de Melhor Filme, "Las niñas" recebeu ainda os troféus de Melhor Novo Realizador, Argumento Original e Fotografia.

Partindo com nove nomeações, o trabalho semi-autobiográfico era o favorito nas apostas: a história anda à volta de um grupo de adolescentes estudantes num colégio de freiras, em 1992, ano de grandes eventos internacionais de Espanha como foram os Jogos Olímpicos e a Exposição Universal de Sevilha.

A cerimónia dos Goya decorreu este sábado à noite (6) em Málaga, com Antonio Banderas e a jornalista María Casado como anfitriões, apresentadores como as atrizes Penélope Cruz e Paz Vega, os realizadores Pedro Almodóvar, Alejandro Amenabar e Juan Antonio Bayona, a produtora Valérie Delpierre e ligações virtuais aos nomeados e premiados.

Penélope Cruz

Aos 34 anos e à primeira nomeação, Mario Casas, o quebra-corações do cinema espanhol, foi considerado o Melhor Ator por "No Matarás", com Patricia López Arnaiz votada como Melhor Atriz por "Ane", filme que também valeu a Jone Laspiur o prémio de Atriz Revelação.

Os melhores secundários foram Alberto San Juan ("Sentimental") e Nathalie Poza ("La boda de Rosa").

Mario Casas

Praticamente todos os filmes da 35ª edição dos Goya não foram vistos em Portugal: uma exceção é "Adú" (disponível na Netflix), que partia para a noite com mais nomeações (13) e foi distinguido pela Realização de Salvador Calvo, Ator Revelação para Adam Nourou e dois prémios em categorias técnicas.

Da Colômbia, "El Olvido que Seremos", de Fernando Trueba (o realizador do vencedor do Óscar "Belle Epoque" de 1992), foi considerado o Melhor Filme Ibero-Americano, e "O Pai", de Florian Zeller (Grã-Bretanha), com Anthony Hopkins e Olivia Colman, o Melhor Filme Europeu.

"Akellare", um drama histórico passado no País Basco, em 1609, com uma leitura feminista da caça às bruxas, foi o filme que arrecadou mais troféus, cinco, em categorias técnicas e Melhor Música original.

"La gallina Turuleca" foi considerado o Melhor Filme de Animação, o Goya competitivo mais previsível da cerimónia: era o único nomeado.

Destaque ainda para Ángela Molina, que recebeu o Goya honorífico pela vasta carreira que passou as fronteiras do seu país, depois de ser cinco vezes nomeada para prémios competitivos sem nunca ganhar.

A atriz é conhecida dos espectadores portugueses por filmes como "Este Obscuro Objecto do Desejo" (1977), "O Homem Que Perdeu a Sombra" (1991), "1492: Cristóvão Colombo" (1992), "Em Carne Viva" (1997), "O Mar" (2000), "Carnage" (2002), "A Desconhecida" (2006), "La Caja - Quatro Mulheres e um Morto" (2006), "Abraços Desfeitos" (2009), "Baaria: A Porta do Vento" (2009) e "Branca de Neve" (2012).

Ángela Molina

A 35.ª edição dos prémios Goya não contou com portugueses entre os nomeados. O filme "Mosquito", de João Nuno Pinto, tinha sido candidato a uma nomeação na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano, enquanto 'Vitalina Varela', de Pedro Costa, concorreu na categoria de Melhor Filme Europeu, mas nenhum dos dois chegou às nomeações finais.

A 35.ª edição dos prémios do cinema espanhol contou ainda com mensagens de várias estrelas do cinema internacional, como as atrizes Monica Bellucci, Julianne Moore e Laura Dern, além de Robert de Niro, Tom Cruise, Benicio del Toro e Mel Gibson.

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