O primeiro documentário do 'heavy-metal' português está prestes a ser exibido para contar a história de um estilo de música pouco acarinhado, de bandas que caíram no esquecimento e de uma mentalidade que se pretende ver alterada.

Em declarações à agência Lusa, o autor de "Heavy Metal Portugal - O Documentário", João Mendes, explicou os motivos que o levaram a ter esta iniciativa nunca antes feita em Portugal, contando com os testemunhos de vários grupos, em particular da banda portuguesa mais internacional, os Moonspell.

"Este filme surgiu muito para não se perder a memória destas bandas e das pessoas envolvidas. Foi muito nesta linha e com o poder de ir buscar o máximo de testemunhas possíveis destas pessoas. Este estilo de música é um nicho e ficou um bocado negligenciado", começou por contar João Mendes, sobre o filme que tem a antestreia marcada para 06 de outubro, em Santo Tirso.

O autor explicou que a iniciativa partiu exclusivamente de si, mas contou com a ajuda fundamental da irmã na produção, numa obra que juntou "os dois mundos": o gosto pelo metal e pelo cinema audiovisual.

Uma das mensagens que João Mendes pretende passar para o público prende-se com a forma como é encarado um estilo de música muito próprio, em que "o menos percetível" acaba por sobressair de forma negativa.

"[O documentário] passa por mudar essa mentalidade. Dentro do 'heavy-metal' há coisas para todos os gostos, coisas mais e menos percetivas, mas o que vem à tona é o menos percetível e que não se percebe nada do que ele [vocalista] diz", lamentou.

Quanto à difícil projeção internacional das bandas portuguesas, João Mendes reconheceu que é fundamental ter uma boa base, referindo-se então aos Moonspell.

"Há bandas [que conseguem dar o salto] e uma que é a mais internacional de sempre, os Moon[spell]. Conseguiram singrar, aguentaram-se e continuam a representar o país lá fora. Mas os Moon[spell] têm uma estrutura, uma editora estrangeira, uma base forte e isso facilita. Nós temos outras bandas também que estão a tentar singrar, mas não é fácil", argumentou.

A ambição não fica apenas pela venda em formato de dvd, que está a correr bem, segundo o autor. Participação em festivais é também outra das metas, porém considera essencial a promoção através dos meios de comunicação social.

"Nós temos dois festivas [em que queremos estar]. O do Porto/Post/Doc, no Porto, e o do MUVI, em Lisboa. Vamos tentar estes dois. Apostámos mais forte na venda do DVD, em conseguir passar através da venda do dvd e promover nas rádios, nas televisões e mesmo na imprensa, porque através da internet e no Facebook está ainda tudo confinado e precisa de 'sair fora'. Acaba por passar um bocado ao lado", concluiu.

A antestreia do documentário em 6 de outubro, está marcada para as 16:00, no auditório Eng. Eurico de Melo, em Santo Tirso, e será seguida da atuação das bandas portuguesas Equaleft e Blame Zeus, no Kraken Rock Pirate Pub.

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