Hollywood já está literalmente no terreno para contar a história da operação de salvamento das 12 crianças e do treinador de futebol que ficaram presas numa gruta na Tailândia durante 18 dias, com o último grupo a ser salvo, para alívio do mundo, na terça-feira (10).
O filme vai ser feito pelo estúdio Pure Flix Entertainment, que se dedica a produções de pendor cristão com um público fiel nos EUA mas que têm pouco impacto nos cinemas de outros países.
A mais conhecida é a trilogia "God's Not Dead /Deus Não Está Morto", de que os espectadores portugueses tiveram a oportunidade de ver o primeiro filme em 2015.
O projeto faz recordar outro, "Os 33", de 2015 com Antonio Banderas e Rodrigo Santoro, sobre o salvamento dos mineiros chilenos presos durante 69 dias em 2010.
Michael Scott, CEO e co-fundador do estúdio, que vive em "part-time" na Tailândia, país de onde é natural a esposa, está há vários dias no local do drama que recebeu a atenção do mundo, tendo já falado com alguns dos 90 mergulhadores envolvidos na operação e também com familiares dos jovens que ficaram encurralados.
"Estamos aqui realmente a ver isto como um filme que poderá inspirar milhões de pessoas em todo o mundo", salientou num vídeo que publicou no Facebook ao pé do local do resgate.
"Estamos só como que a testemunhar os acontecimentos, a reunir alguns contactos e tudo para contar uma história sobre o esforço internacional - o mundo inteiro a unir-se para salvar 13 jovens presos nesta gruta tailandesa", acrescentou.
Ao Hollywood Reporter, o produtor reforçou que "a bravura e o heroísmo que testemunhei são incrivelmente inspiradores, portanto sim, isto será um filme para nós".
"Não é preciso fazer disto um filme cristão, apenas um que seja inspirador", acrescentou.
O produtor vai começar a juntar argumentistas nas próximas semanas e o projeto terá um orçamento entre 30 a 60 milhões de dólares, muito mais do que é habitual nos filmes do estúdio. A intenção é filmar na Tailândia, tal como aconteceu com outros cinco filmes que fez entre 2008 e 2011.
A história tornou-se ainda mais "pessoal", salientou, porque a sua esposa cresceu com o antigo sargento e mergulhador Saman Kunan, que morreu na sexta-feira durante a operação.
"Este foi verdadeiramente um esforço de equipa envolvendo britânicos, australianos, americanos e tailandeses, e os mergulhadores contaram-nos histórias incríveis. Tinham menos de cinco metros de visibilidade, lutaram contra correntes fortes e usaram um sistema de dois mergulhadores para cada miúdo resgatado. Foi um esforço monumental", concluiu.
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