
O projeto de longa-metragem "O Sorriso de Afonso", do realizador João Pedro Rodrigues, vai estar, em agosto, no mercado do filme, paralelo ao Festival de Cinema de Veneza, em Itália, foi anunciado na quinta-feira.
De acordo com o festival de Veneza, durante três dias acontecerá o mercado de financiamento de cinema, no qual serão apresentados 67 projetos de filmes, de ficção e documentário, em fase final de desenvolvimento e financiamento.
Entre eles figura “O sorriso de Afonso”, de João Pedro Rodrigues, produzido pela Terratreme Filmes, com coprodução de Itália e Luxemburgo.
O projeto conta com financiamento do Instituto do Cinema e do Audiovisual e do incentivo financeiro ‘cash rebate’ do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema, além de apoio financeiro do Fundo de Cinema do Luxemburgo.
Em 2022, quando estreou o filme “Fogo Fátuo”, João Pedro Rodrigues contou à Lusa que “O sorriso de Afonso” seria sobre “um adolescente que descobre a sexualidade” durante o período da revolução de 25 de Abril de 1974.
"Eu acho que temos uma dificuldade em falar do nosso passado presente e discute-se pouco. Na ficção temos dificuldade em voltar ao nosso passado recente. A mim apetece-me falar sobre isso", disse, referindo que, à época, estava por acontecer uma revolução em relação à homossexualidade.
"Logo após o 25 de Abril, há um grupo de trabalho homossexual que escreveu um manifesto publicado no Diário de Lisboa, para defender os direitos dos homossexuais, e veio o Galvão de Melo [militar que pertenceu à Junta de Salvação Nacional, de onde viria a ser excluído no final de setembro de 1974] à televisão dizer que a revolução não foi feita para prostitutas e homossexuais. Se pensarmos, a homossexualidade só foi legalizada nos anos 1980. A revolução é liberdade, mas a liberdade não era para todos", disse em 2022.
Além do projeto de “O sorriso de Afonso”, o mercado de financiamento de cinema em Veneza contará com outros dos projetos com coprodução portuguesa.
São eles “Torn Heart”, do realizador brasileiro Helvécio Marins, com coprodução de Brasil, Alemanha e Portugal, e “The mammoths that escaped the kingdom of Erlik Khan”, documentário da realizadora macedónia Tamara Koteveska, numa colaboração entre Portugal, Dinamarca, Reino Unido e Macedónia do Norte.
O mercado do filme, evento paralelo ao 82.º Festival de Cinema de Veneza, está marcado de 29 a 31 de agosto.
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