O projeto europeu AVA, uma videoteca digital da responsabilidade do Doclisboa, que será instalada em bibliotecas do Porto e Lisboa para alcançar “novos públicos e novas formas de ver cinema”, é hoje apresentado na Biblioteca Municipal Almeida Garrett.

A par da Almeida Garrett, no Porto, também a Biblioteca de Marvila, em Lisboa, passará a disponibilizar, de forma gratuita, um total de 21 títulos que passaram pela programação do Doclisboa 2017, sendo que o festival lisboeta é o parceiro português desta inicitiva da plataforma europeia Reelport.

A apresentação, marcada para as 18:30, contará com a exibição de “Todas as Cartas de Rimbaud”, realizado por Edmundo Cordeiro, filme que teve estreia mundial no festival lisboeta e que aborda a relação entre Maria Filomena Molder e as cartas do poeta francês Arthur Rimbaud.

“O objetivo sempre foi levar o cinema às bibliotecas, dotando-as de novas oportunidades para os leitores, buscando novos públicos e formas de ver e distribuir cinema”, referiu o Doclisboa, que destaca ainda a inclusão da atividade no trabalho de “Projeto Educativo e Serviço Público”, que apresenta ao longo do ano.

Para aceder a qualquer uma das obras do projeto AVA, o visitante poderá utilizar, de forma gratuita, os “computadores instalados nas bibliotecas municipais”, numa nova área que estará “devidamente assinalada”.

Além do filme de Eduardo Cordeiro, estão ainda incluídos, na versão nacional do AVA, mais 14 documentários portugueses, com curtas-metragens como “Pesar”, de Madalena Rebelo, galardoado com o Prémio Especial Walla Collective, na edição de 2017, “Norley and Norlen”, de Flávio Ferreira, Prémio Verdes Anos, e “O Descanso na Intensidade das Cores”, de Francisca Marvão e Tatiana Saavedra, entre outras.

Nas longas, destaque para “Spell Reel” (foto) , de Filipa César, vencedora do Prémio José Saramago e distinguida com uma menção honrosa do júri da competição internacional, e “I Don’t Belong Here”, filme realizado por Pedro Abreu que recebeu o Prémio Escolas do DocLisboa.

A produção portuguesa, romena e norte-americana “John 746”, de Ana Vijdea, venceu o Prémio Realizador do Júri Verdes Anos, com a seleção a incluir também “Why is difficult to make films in Kurdistan”, de Ebru Avci, galardoado com o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores da Competição Internacional.

Também o filme “Martírio”, do brasileiro Vincent Carelli, está incluído, depois de ter recebido o prémio da Fundação Inatel para o melhor filme de “temática associada a práticas e tradições culturais e ao Património Imaterial da Humanidade”.