Após a crise no setor imobiliário em "A Queda de Wall Street" (2015), os bastidores sinistros da política em "Vice" (2018) e as alterações climáticas em "Não Olhem Para Cima" (2021), o cineasta Adam McKay propõe outro exame à sociedade moderna para o seu próximo filme, agora centrado no crime e corrupção.

Rob Pattinson, Amy Adams, Robert Downey Jr, o vencedor de um Óscar Forest Whitaker e Danielle Deadwyler (revelação de "Justiça para Emmett Till", atualmente nas salas de cinema portuguesas) lideram o que será um grande coletivo de atores reunidos por Adam McKay para "Average Height, Average Build" ("Altura média, constituição média", em tradução literal).

Também conhecido pelos seus filmes de comédia ("O Repórter: A Lenda de Ron Burgundy", "As Corridas Loucas de Ricky Bobby", "Filhos e Enteados", "Agentes de Reserva"), todos os atores estreiam-se com exceção de Amy Adams, quen entrou na sátira "Vice".

Este "pacote", como se diz na gíria da indústria, está a ser apresentado aos estúdios tradicionais de Hollywood e às plataformas de streaming, com a intenção de avançar com a produção no final do verão ou início do outono na cidade norte-americana de Boston.

A história está a ser descrito como o cruzamento entre um 'thriller' e comédia negra à volta de um assassino em série (Pattinson) que recorre a uma lobista política (Adams) para mudar as leis para que lhe seja mais fácil matar sem sofrer as consequências.

Apesar do elenco e do percurso de McKay, que ganhou um Óscar pelo argumento de "A Queda de Wall Street", o projeto não vem acompanhado de um "preço" ou seja, um orçamento.

isto é visto como um sinal das mudanças na indústria do cinema e da grande aversão ao risco, onde até as plataformas de streaming estão mais relutantes em gastar muito dinheiro em projetos de prestígio com grandes estrelas, como fez a Netflix por exemplo com "Aviso Vermelho" e precisamente "Não Olhem Para Cima", os dois filmes originais em inglês mais vistos de sempre na plataforma.

Segundo a revista The Hollywood Reporter, vários estúdios tradicionais já decidiram não apresentar propostas e outros estão a fazer cálculos para ver quais os valores que podem estar envolvidos no investimento.

No caso das plataformas, a relutância ver do projeto ficar mais caro pois será preciso compensar as estrelas pela ausência de compensações pelos resultados de bilheteira. Por exemplo, a Apple, com quem McKay tem um acordo de direito de preferência, decidiu não avançar.

Apesar de o realizador e argumentista ter dito aos estúdios que o seu projeto atrairia o interesse de pessoas dos dois lados do espectro político nos EUA, nem todos pensam assim: na atual fase da indústria do cinema, em que muitos filmes para o público adulto têm fracassado, várias fontes disseram à revista que esta não é uma boa altura para lançar uma comédia negra sobre a política.

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