No universo da animação japonesa, era um dos nomes maiores actualmente em actividade, só ultrapassado em termos de prestígio internacional pelo trio de gigantes
Hayao Miyazaki (
«A Viagem de Chihiro»,
«Ponyo à Beira Mar»),
Mamoru Oshii (
«Ghost in the Shell - Cidade Assombrada») e
Katsuhiro Otomo (
«Akira»).
Satoshi Kon pertencia a uma geração mais nova que os referidos cineastas, sendo o animador japonês com menos de 50 anos mais elogiado fora do Japão. Kon faleceu a 24 de Agosto aos 46 anos, vítima de cancro no pâncreas.

Como tantos colegas de profissão, Satoshi Kon iniciou a sua carreira como autor de banda desenhada, transitando para a indústria da animação já nos anos 90. Fez a direcção artística de filmes como
«Roujin Z» e do segmento «Magnetic Rose», do colectivo
«Memories», de que também assinou o argumento, antes de se estrear na realização em 1997 com
«Perfect Blue».

O filme teve um grande impacto a nível internacional e cimentou de imediato as características do cinema de Satoshi Kon, que cruzava animação de altíssima qualidade com densas intrigas psicológicas, em que a realidade física e os devaneios da mente das personagens se cruzavam por vezes de forma indistinta e sempre espectacular.

De seguida, Kon assinou mais três filmes, todos eles extraordinariamente elogiados em todo o mundo:
«Millennium Actress - A Chave da Vida» (2001), o mais convencional
«Padrinhos de Tóquio» (2003) e ainda
«Paprika» (2007). A meio, ainda teve tempo de assinar uma série de televisão muito bem recebida,
«Paranoia Agent».

Com um currículo sem máculas, Kon estava actualmente a trabalhar na película
«The Dream Machine», com estreia prevista para 2011, não tendo ainda sido divulgado se o seu falecimento irá provocar uma paragem na produção. Todos os seus filmes foram produzidos pelo prestigiado Studio Madhouse, que tinha em Kon a sua principal estrela.