Um grupo de investidores liderado por Maria Contreras-Sweet informou esta quinta-feira que chegou a um acordo para a compra dos ativos da antiga produtora de Harvey Weinstein, caído em desgraça por uma enxurrada de denúncias de cunho sexual.

Esta é uma reviravolta: no início da semana, a comissão de diretores da The Weinstein Company tinha anunciado o fim das negociações e que ia avançar com uma declaração de falência após a justiça norte-americana tentar impor condições à venda da empresa.

Agora, Maria Contreras-Sweet declarou que o acordo tem o aval do gabinete do procurador-geral do Estado de Nova Iorque, que no mês passado processou a The Weinstein Company para garantir a indenização às supostas vítimas de abusos sexuais.

"A nossa equipa está contente por anunciar que deu um importante passo e alcançou um acordo para comprar os ativos da The Weinstein Company visando criar uma nova empresa", informou Contreras-Sweet em comunicado.

O Conselho de Administração da The Weinstein Company (TWC) confirmou o acordo na noite desta quinta-feira, assinalando que "abre um caminho claro para indemnizar as vítimas e proteger os empregos da nossa equipa".

"Estamos contentes por anunciar que chegámos a um acordo para vender os ativos da The Weinstein Company a um grupo investidor liderado por Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle. Consideramos que é um resultado positivo perante circunstâncias incrivelmente difíceis".

Maria Contreras-Sweet afirmou que a sua intenção é "construir um estúdio de cinema liderado por uma direção constituída por uma maioria de mulheres independentes, salvar 150 empregos, proteger as pequenas empresas credoras e criar um fundo para indemnizar as vítimas".

The Weinstein Company (TWC) desabou desde que começaram a vir à tona, em outubro, as denúncias de assédio sexual, abuso e até mesmo violação feitas por mais de uma centena de mulheres contra Harvey Weinstein, cujos filmes receberam mais de 300 nomeações para os Óscares e 81 estatuetas.