A poucos dias de celebrar 98 anos — a 9 de dezembro —, o lendário ator Kirk Douglas tornou-se a estrela mais recente a ver a sua morte anunciada... prematuramente.
Os meios de comunicação social costumam ter vários obituários escritos com antecedência (era esse o trabalho, a propósito, da personagem de Jude Law em «Perto Demais») e a People Magazine, uma das maiores publicações americanas sobre a vida das celebridades, tornou-se vítima de um dos maiores pesadelos do jornalismo: o lançamento de um obituário quando a pessoa retratada ainda o pode ler.
A revista disponibilizou a notícia no seu sítio oficial, mas não na sua página principal. Aparentemente, ter-se-á tratado de um erro informático, ainda que a publicação se tenha limitado a desativar a ligação quando ela começou a ser partilhada nas redes sociais sem fazer qualquer comentário.
A notícia tinha como título «DO NOT PUB Kirk Douglas Dies» [«Não publicar Kirk Douglas morre»] e datava de 29 de setembro, não tendo sido possível apurar se estava disponível desde esse dia.
No desenvolvimento, o artigo informava que «Kirk Douglas, uma das poucas estrelas de bilheteiras genuínas a emergir quando a televisão começava a conquistar a cultura americana logo a seguir à Segunda Guerra Mundial, morreu TK TK TK. Tinha 97 anos (data de nascimento 12/9/1916) e estava de boa saúde apesar de ter sofrido um acidente vascular debilitante em 1996 que prejudicou a sua fala».
TK é uma abreviatura na imprensa americana para «to come» [aqui com o contexto «para acrescentar»].
O texto recorda ainda alguns dos sucessos do ator que foi «Spartacus».
«Em cerca de 75 filmes — incluindo sete ao lado do seu amigo Burt Lancaster, bem como no bastante conceituado «O Grande Carnaval» de 1951 (um dos primeiros retratos pungentes dos «media» do realizador Billy Wilder) e o «biopic» sobre Vincent Van Gogh «A Vida Apaixonada de Van Gogh» de 1956 — Kirk Douglas era uma super estrela ainda antes do termo ser inventado. Ele também possuía a intensidade no ecrã e o ego fora dele para acompanhar».
O visado não fez comentários, mas num ensaio para a publicação «online» The Huffington Post» há um ano escreveu: «Não vou fingir que envelhecer é fácil. Mas descobri que me deu uma perspetiva que me faltava quando era mais jovem. Estava sempre a correr para todo o lado — de reuniões para locais de rodagem, a fazer filmes em todo o mundo —, ficar parado era algo que não fazia bem. Agora, aprecio os momentos calmos».
O SAPO Cinema recorda outros artistas literalmente «falecidos antes do tempo»...
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