Apesar do impacto da revelação de sofrer um cancro no sangue, Sam Neill recorda principalmente a sua carreira com mais de 40 anos no seu livro de memórias lançado esta semana.

As "grandes conversas" com o ator Robin Williams durante na rodagem de "O Homem Bicentenário", de 1999, são um dos temas abordados em "Did I Ever Tell You This? A Memoir" ("Já te contei isto? Memórias", em tradução livre), onde este era um androide comprado como um simples electrodoméstico para ajudar a cuidar da vida doméstica de uma família.

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"Falávamos sobre isto e aquilo, por vezes até sobre o trabalho que estávamos prestes a fazer", recorda sobre o colega, que descreve como um homem "irresistivelmente, escandalosamente, irreprimivelmente, gigantescamente engraçado".

Neill acrescenta que foi "a pessoa mais engraçada" com quem trabalhou, mas também "a pessoa mais triste que já conheci".

"Tinha fama, era rico, as pessoas amavam-no, tinha filhos incríveis - o mundo era a sua concha. E, mesmo assim, sentia mais pena por ele do que jamais conseguirei exprimir. Era o homem mais solitário de um planeta solitário", escreve, acrescentando que se recorda de vê-lo "inconsolavelmente solitário e profundamente deprimido".

Neill diz que conseguia "sentir o espaço sombrio" dentro de Williams nas conversas que tinham nas autocaravanas um do outro durante a rodagem na primavera de 1999, mas "despertava assim que saia pela porta".

"Coisas engraçadas simplesmente saiam dele. Toda a gente ria às gargalhadas e quando isso acontecia, podíamos ver que o Robin estava feliz", explica.

Robin Williams suicidou-se em agosto de 2014, depois de se saber que fora diagnosticado, aos 63 anos, com uma forma de demência. Também sofria de depressão.