Apesar de saber desde junho do ano passado que vai receber um Óscar honorário pela carreira, Samuel L. Jackson ainda não decidiu o que vai dizer na cerimónia dos Governor Awards, que foi adiada em dezembro de 15 de janeiro para 25 de março, esta sexta-feira.

"Estão sempre a dizer-me qualquer coisa sobre um discurso, mas não sei se quero estar ali e ler qualquer coisa de um teleponto ou apenas estar ali, sentir o que quer que sinta naquele momento, e dizer o que preciso dizer", contou o ator à revista The Hollywood Reporter.

Juntamente com o ator norte-americano de 73 anos serão homenageados a comediante, cineasta, argumentista e atriz Elaine May, e a atriz e realizadora norueguesa (mas incontornavelmente ligada ao cinema sueco) Liv Ullmann.

O ator Danny Glover, a estrela dos filmes "Arma Mortífera", receberá o prémio humanitário Jean Hersholt para distinguir o seu ativismo social.

Com ou sem discurso preparado, Samuel L. Jackson acrescentou que não há muito para dizer "além de que fiz muitos filmes".

"Queria ser um artista. Nem sei se queria ser uma estrela de cinema, mas aconteceu estar em muitos filmes que muitas pessoas gostam. E espero ter representado o nível de Hollywood de ser um artista, fazendo as pessoas irem aos cinemas, vender alguns bilhetes, vender pipocas e fazer as pessoas felizes", acrescentou.

Samuel L. Jackson só foi nomeado uma vez para o prémio competitivo, como ator secundário por "Pulp Fiction", em 1994, como Jules Winnfield, o criminoso que queria ser melhor do que era na realidade e citava a Bíblia antes de despachar as suas vítimas.

O filme realizado por Quentin Tarantino lançou a sua carreira, embora já tivesse sido antes elogiado e notado graças a "School Daze" (1988), "Não Dês Bronca" (1989), "Quanto Mais Melhor" (1990) e "A Febre da Selva" (1991), todos de Spike Lee.

Além das colaborações regulares com Lee ("Oldboy: Velho Amigo", 2013; "Chi-Raq", 2015) e Tarantino ("Jackie Brown", 1997; "Kill Bill - A Vingança (vol. 2)", 2004; "Django Libertado", 2012; "Os Oito Odiados", 2015; e narrador em "Sacanas Sem Lei", 2009), Samuel L. Jackson entrou em mais 150 filmes de todos os géneros, estilos e... qualidade.

Além de "Não Dês Bronca" e "Jackie Brown", o próprio tem apontado como os trabalhos preferidos "A Profissional" (1996), "Tempo de Matar" (1996), "187 - Condenação à Morte" (1997) e "O Violino Vermelho" (1998).

Além de ter sido o Mestre Jedi Mace Windu na segunda trilogia "Star Wars" (1999–2005) e o Nick Fury no Universo Cinematográfico Marvel desde 2008, destacam-se também na carreira títulos como "Die Hard 3 - A Vingança" (1995), "Passado Sangrento" (1996), "Eve's Bayou" (1997), "O Negociador" (1998), "O Protegido" (2000), "Shaft" (2000), "Treinador Carter" (2005), "Serpentes a Bordo" (2006), "Black Snake Moan - A Redenção" (2006), "1408" (2007), "Kingsman: Serviços Secretos" (2014), "A Lenda de Tarzan" (2016), "Kong: Ilha da Caveira" (2017), "O Guarda-Costas e o Assassino" (2017) e "Glass" (2019). Foi também a voz de Frozone em "The Incredibles - Os Super Heróis" (2004) e na sequela (2018).