Depois de ter fechado em maio o IndieLisboa e de ter sido exibido noutros festivais, "Raiva" chega agora aos cinemas em Lisboa, Porto, Coimbra e Évora.
A partir do romance "Seara de vento", de Manuel da Fonseca, Sérgio Tréfaut construiu um filme de época, que recua ao Alentejo dos anos de 1950, mas que aborda questões ainda atuais sobre poder e pobreza.
Considerado uma das obras mais importantes da literatura neorrealista portuguesa, o romance "Seara de vento" foi publicado em 1958, mas esteve interdito pelo Estado Novo até 1974. A narrativa centra-se no drama de uma família em ambiente rural, atingida pela pobreza e pela injustiça.
"É um filme completamente fora de moda. Porque hoje em dia o assunto social relacionado com justiça social, ou com pobreza e com o abuso de poder por parte de quem tem dinheiro, está completamente fora de moda", afirmou Sérgio Tréfaut à agência Lusa, em maio passado.
Para o filme, Tréfaut interessou-se sobretudo por questões que se repetem sistematicamente. "Esses problemas existem e terão sempre de ser resolvidos, independentemente de alguém vir e dizer que a solução está encontrada".
Conhecido sobretudo pelo trabalho em documentário, Sérgio Tréfaut assina aqui a segunda longa-metragem de ficção, depois de "Viagem a Portugal" (2011).
Para o elenco convocou Hugo Bentes, Isabel Ruth, Leonor Silveira, Rita Cabaço, Kaio César, Adriano Luz e Lia Gama, entre outros.
Este mês, antes da estreia no circuito comercial, o filme teve várias exibições no Alentejo, nomeadamente em Beja, Moura, Cuba e Santiago do Cacém.
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