O edifício, soube-se hoje, é a garagem do Conde de Vizela, no extremo nordeste do parque do museu, a que serão acrescentadas novas instalações para albergar uma exposição permanente, um anfiteatro de 50 lugares e salas para arquivo e consulta do espólio do realizador portuense que completa este ano o seu 105º aniversário. O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho de Administração (CA) de Serralves, Braga da Cruz, à margem de uma visita de imprensa às exposições de Cildo Meireles e Ahlam Shibli que se inauguram hoje, à noite.

«Há interesse em desenvolver em Serralves o segmento do audiovisual, do cinema de artista e
Manoel de Oliveira é cineasta do Porto, uma figura mítica», justificou Braga da Cruz, lembrando que o espólio já se encontra depositado no museu.

«Achamos que poderíamos dar um contributo para a perpetuação da memória de Manoel de Oliveira e da sua relação com a cidade convidando Siza Vieira, o arquiteto de Serralves, a fazer uma adaptação da garagem do conde de Vizela», afirmou à Lusa Braga da Cruz, que admite que este edifício seja da autoria do arquiteto Marques da Silva.

O protocolo será assinado com a presença do secretário de Estado de Cultura, José Barreto Xavier, e o presidente do CA de Serralves conta com verbas comunitárias para levar em frente o projeto que gostaria de ver concluído no próximo ano, altura em que Serralves perfaz 25 anos.

Vazia fica, para já, a casa projetada por Souto Moura, propriedade da Câmara do Porto, onde chegou a estar planeado instalar o espólio do realizador. A autarquia liderada por Rui Rio e a família de Manoel de Oliveira nunca conseguiram chegar a um acordo.