Shia LaBeouf deu uma longa entrevista à Variety que, inevitavelmente, abordou os pontos altos e baixos da sua carreira e a controversa imagem enquanto figura pública.
Mas numa revelação surpreendente, o ator disse que não gosta do período mais popular da sua carreira, quando, entre 2007 e 2011, esteve associado a Steven Spielberg, que produziu "Paranóia", "Transformers" (e duas sequelas) e "Olhos de Lince".
Ainda mais relevante, foi o eleito do realizador para ser o filho desconhecido de um famoso arqueólogo em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" (2008).
Quando tudo aconteceu, Shia LaBeouf pensou que era um sonho que se tornava realidade: "Cresci com esta ideia de que se chegar a [trabalhar com] Spielberg é o auge".
Garantindo que não se está a referir a fama ou dinheiro, mas ao legado, a realidade que encontrou foi muito diferente.
"Chega-se lá e percebemos que não estamos a conhecer o Spielberg com que sonhámos. Estamos a conhecer um Spielberg diferente, que está numa fase diferente da sua carreira. É mais empresa do que realizador".
O ator sentiu que estava a estagnar: de acordo com os parâmetros de Spielberg, tudo é "meticulosamente preparado" e "quando se faz isso durante cinco anos, começa-se a sentir que não sabemos o que estamos a fazer como modo de vida".
Num recente projeto artístico, LaBeouf viu todos os seus filmes de seguida durante três dias numa sala de cinema, mas saiu de propósito durante "Transformers: Retaliação" (2009).
Agora, aos 30 anos, reconhece: 'Não gosto dos filmes que fiz com Spielberg. O único que gostei que fizemos juntos foi o primeiro "Transformers"' (2007).
A maior desilusão terá sido com o quarto e controverso "Indiana Jones", que não considera um sucesso apesar de ter rendido quase 800 milhões de dólares a nível mundial.
"Preparei-me durante ano e meio. E depois o filme estreia e a culpa é minha. Isso dói bastante".
Não se trata de uma crítica inédita: em maio de 2010, afirmou no Festival de Cannes que achava que ele e Spielberg tinham estado uns furos abaixo do esperado.
Acredita-se que as declarações afetaram irreversivelmente a relação entre os dois, marcando "Transformers 3" o fim da colaboração artística em 2011. Por seu lado, Harrison Ford reconheceu-lhe o talento, mas chamou-lhe publicamente "idiota".
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