Miguel Gonçalves Mendes pertence a uma nova geração de cineastas portugueses. Nasceu na Covilhã em 1978 e viveu em Olhão, estabelecendo-se em Lisboa, onde frequentou os cursos de Relações Internacionais e Arqueologia, antes de se licenciar em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema, em 2005 (ramo de Montagem).

Trabalhou como ator e encenador e fundou, em 2002, a produtora JumpCut, através da qual fez todos os seus filmes.

Realizou vários documentários e longas-metragens. Em 2002,
D. Nieves, documentário sobre a Galiza, premiado em festivais nacionais e internacionais e, em 2004,
Autografia, longa-metragem documental sobre o poeta e pintor surrealista Mário Cesariny, vencedora do prémio de Melhor Documentário Português no DocLisboa e do Grande Prémio Lusofonia – FamaFest. Publicou no mesmo ano, pela Assírio & Alvim, o livro V
erso de Autografia, complemento ao filme. Em 2005, terminou a longa-metragem de ficção
A Batalha dos Três Reis, rodada em 2001 em Marrocos, enquanto ainda frequentava o 1º ano da Escola de Cinema. Em 2007, fez as curtas experimentais
Zarco, uma encomenda para a Expo Saragoça 2008 e, co-realizada com Vera Mantero,
Curso de Silêncio, sobre o universo de Maria Gabriela Llansol. Estreou, ainda, o seu fic-doc de terror,
Floripes, selecionado para a semana dos realizadores do Fantasporto 2007 e para o IndieLisboa.

Em 2010, terminou a versão final de
José e Pilar, cujas filmagens haviam começado em 2006. Co-produzido pela El Deseo (dos irmãos Almodóvar) e pela O2 Filmes (do realizador Fernando Meirelles), o documentário é um retrato íntimo, sagaz e divertido sobre a vida do Nobel da Literatura José Saramago com a sua mulher, Pilar del Río, e das suas formas de olhar para a vida. Aclamado pela crítica e pelo público nacional e internacional, o filme teve estreia em Portugal, Espanha, Itália, México, Estados Unidos e Brasil, onde recebeu o Prémio do Público da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Foi nomeado nas categorias de Melhor Documentário, Melhor Banda Sonora Original e Melhor Montagem pela Academia Brasileira de Cinema, e como Melhor Filme, pela Sociedade Portuguesa de Autores. José e Pilar foi o filme que o Instituto do Cinema e do Audiovisual elegeu para representar Portugal nas pré-nomeações da categoria de Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, da Academia norte-americana.

Para além da nova jornada de
O Sentido da Vida, Miguel tem em mãos os direitos para a adaptação para cinema da obra
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago.

Descarregue aqui uma monografia sobre o realizador