Locais exóticos? Tem. Vai do México a Londres, Roma, Áustria, Tanger e de volta a Londres. Bond Girls? Tem. E não propriamente novatas a começar mas sim Monica Belluci e Léa Seydoux. Vilão maníaco? Tem. Christoph Waltz, outro grande ator, já oscarizado. Carros rápidos? Sim, claro, em perseguições por Roma, um Aston Martin exclusivo e um Jaguar de sonho. Explosões? Mais que muitas, algumas das maiores jamais vistas em ecrã gigante.

E aquele plano-sequência de abertura no México, à Orson Welles a transformar-se em combate em helicóptero em vertigem permanente? Bond is back.

“Spectre” enche as medidas dos fãs antigos, integra um pouco mais os fãs mais recentes e espera conquista ainda mais espectadores para os filmes de Bond. Os primeiros resultados de crítica e bilheteira parecem anunciar o sucesso da aposta e a continuação do mais duradouro fenómeno de entretenimento da história do cinema.

A estreia mundial do primeiro filme da saga Bond, “Dr No”, ocorreu a 5 de Outubro de 1962, no mesmo dia em que era lançado o primeiro single dos Beatles, “Love Me Do”. Começavam os anos 60, a Inglaterra recuperava aos poucos pelo menos parte do seu lugar cimeiro na cultura popular mundial.

A antestreia de gala de “Spectre”, o vigésimo quarto filme em que James Bond é herói e protagonista aconteceu na segunda-feira 26 de Outubro de 2015 no Royal Albert Hall, numa superprodução que fechou ruas para estender o tapete vermelho à passagem de elenco, equipa, convidados e príncipes, com gente à espera de um autógrafo junto às grades desde o sábado anterior.

Era provavelmente possível fazer uma história cultural pop do Reino Unido no pós-Segunda Guerra através dos já 53 anos de filmes Bond e mesmo antes disso, com os romances do espião Fleming que se idealizou em 007.

Os filmes Bond ajudaram a definir em parte aquilo que hoje domina grande parte da produção cinematográfica mundial, o conceito de “franchise”: obedecem a um conjunto mais ou menos vago de regras em relação a ambientes, personagens, sequências do guião, “gadgets”, sentido de humor, “bond girls”, “product placement”.

Depois há os atores, de Sean Connery a Daniel Craig, cada um querendo trazer algo de si para o papel. A mudança de protagonista foi acontecendo por motivos vários e trouxe aos filmes personalidades próprias. Daniel Craig reinventou um Bond mais moderno, mais inseguro mas também mais violento, com menos caricatura e “brinquedos”. Os fãs de longa data franziram o sobrolho mas o sucesso foi real. E agora em “Spectre”, Craig volta a parecer um Bond mais Bond.

“Skyfall” ultrapassou os mil milhões de dólares em receitas globais e ganhou um Óscar pela melhor canção onde antes a série só tinha conseguido estatuetas pelos efeitos visuais e sonoros. O realizador, Sam Mendes, era também ele já um oscarizado. A fasquia foi colocada mais alta que nunca.

Vá, vão ver “Spectre” e deliciem-se. Depois perguntem o que pergunta qualquer fã de Bond. E agora, como vai voltar 007?

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