"The Hunt", protagonizado por Hilary Swank, deveria estrear no fim de setembro nos Estados Unidos. A sátira violenta ao abismo existente entre classes sociais nos Estados Unidos mostra elementos da elite a perseguir e matar, por puro desprezo, a população mais pobre nos estados rurais, redutos tradicionais do Partido Republicano.
As cenas de violência incluídas no trailer, divulgado no fim de julho, geraram grande polémica numa altura em que o país ainda está comovido com os dois tiroteios que causaram 31 mortes no passado fim de semana.
Trump manifestou-se contra o filme, que mostra, de forma caricatural e exagerada, os seus apoiantes como vítimas de violência gratuita.
"A Hollywood esquerdista é racista ao mais alto nível e tem uma grande raiva e ódio!", criticou Trump no Twitter. "O filme que irá estrear quer colocar lenha na fogueira e provocar o caos", afirmou, sem citar explicitamente a produção da Universal.
"Criam a sua própria violência e depois responsabilizam os outros. São eles os verdadeiros racistas, e são muito maus para o nosso país", concluiu o presidente republicano, frequentemente acusado de racismo.
"A Universal Pictures já havia suspendido a campanha promocional do filme e decidiu agora, após uma reflexão profunda, cancelar os planos de estreia do mesmo", assinalou um porta-voz em comunicado enviado à AFP.
"Apoiamos os nossos cineastas e continuaremos a contribuir para distribuir os filmes destes criadores visionários e ousados, como os que produziram este thriller satírico e social, mas entendemos que não é o momento indicado para a estreia do filme", explica o texto.
"The Hunt" foi realizado por Craig Zobel e escrito por Damon Lindelof, criador e argumentista da série "Perdidos".
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