A ciência não engana: Pete "Maverick" Mitchell teria morrido logo no início de "Top Gun: Maverick".
Em muitas entrevistas de promoção foi destacada o realismo exigido por Tom Cruise para as sequências áreas, rejeitando os efeitos especiais para criar o espetáculo que recolheu elogios praticamente unânimes dos espectadores do filme lançado nas salas de cinema no final de maio.
Antes de regressar à academia para treinar uma nova geração de "ases indomáveis", a personagem de Cruise chega à velocidade de Mach 10.5 (uma medida baseada na velocidade do som e que equivale a cerca de 11.265 quilómetros por hora) num protótipo de um jato militar para mostrar aos seus superiores hierárquicos que é um erro fechar o programa de testes. No entanto, o avião é destruído após ultrapassar essa velocidade, forçando Maverick a ejetar-se.
Agora, a "surpresa": este é mais um exemplo em que a ciência não é bem tratada numa super produção de Hollywood.
Segundo o célebre astrofísico norte-americano Neil deGrasse Tyson, a história do filme devia ter acabado nesse momento: a cena é impossível e Maverick teria morrido.
"Maverick ejeta-se de um avião hipersónico a Mach 10.5, antes de cair. Ele sobreviveu sem ferimentos. A essa velocidade de ar, o corpo dele iria espatifar-se como uma luva de cota de malha a bater num verme", explicou aos seus mais de 14,8 milhões de seguidores nas redes sociais.
Partilhando um gráfico, acrescentou que "em velocidade supersónica, o ar não se pode separar suavemente para si", pelo que, quando Maverick se ejeta a tal velocidade, o ar seria o equivalente a "uma parede de tijolos".
"Quando Maverick se ejeta a Mach 10.5, ele está a ir cerca de sete mil milhas por hora [os tais 11.265 quilómetros por hora] , o que lhe dá 400 milhões de joules de energia cinética — o poder explosivo de 100 quilos de dinamite. Uma situação que a fisiologia humana não está preparada para sobreviver", esclareceu.
"Portanto, não. Maverick não se safa disto. Ele estaria morto. Muito morto", conclui.
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