"Transformers: O Último Cavaleiro" só chega ao Brasil no dia 20, onde a saga é muito popular, razão que levou Michael Bay ao país.

Durante uma conferência de imprensa na terça-feira em São Paulo com a jovem atriz Isabela Moner, o realizador espantou os presentes pela postura frontal, nomeadamente quando revelou que gostaria de ter aprofundado mais as personagens no último filme mas isso não era possível quando apenas os filmes da saga estreiam a cada dois a três anos.

Questionado sobre a popularidade dos serviços de "streaming" e o facto de muitos espectadores assistirem aos filmes em ecrãs cada vez mais pequenos, Bay foi categórico a dizer que faz "filmes que são verdadeiras obras para serem assistidas nos cinemas”.

E ao contrário de Will Smith, não teve palavras elogiosas quando lhe perguntaram se aceitaria fazer um filme para o Netflix: "Já produzi muitos filmes pequenos, coisas para a televisão, mas isso vai prejudicar muito a arte de fazer cinema. Acho triste que muitos jovens estejam a aceitar a ideia de ver assim os filmes. A experiência partilhada que o cinema proporciona é fora do comum. [Num ecrã de computador] não se consegue sentir a experiência completa, os sons, a explosão de cores. Espero que isso nunca morra".

E acrescentou: "Também há muitos hackers que lançam os filmes e isso fará com que menos gente vá ao cinema. Mas ainda tenho esperança".

Novidade foi que não estará à frente de um "Bad Boys 3", preferindo virar a sua atenção para projetos mais pequenos e diferentes dos que lhe deram a fama. E ficou a piada para a demora no projeto: "Em breve, eles [Will Smith e Martin Laurence] serão os 'Old Boys' [Velhos] e não os 'Bad Boys'".

Como é habitual nas conferências de imprensa, as questão mais controversas surgiram no final, quando perguntaram a Michael Bay o que sentia pelos seus filmes receberem críticas tão más ou por serem nomeados para os Razzies, os prémios para os piores do cinema.

"Estou-me nas tintas para a crítica. Não leio o que escrevem sobre os meus filmes ou do que falam de mim na imprensa. Aliás, uma vez perguntei a um jornalista a razão para implicarem tanto comigo e ele respondeu 'Porque teve sucesso muito depressa e ainda muito jovem’", respondeu com um sorriso.

"Nunca fiz filmes para vocês [a imprensa], mas sim para o público. Eles que percebem o negócio que faz girar a indústria. Consegui lucros milionários e levar entretenimento a milhões de pessoas ao longo de toda a minha carreira, em especial com os filmes 'Transformers'. Fui um dos principais cineastas a afirmar a linguagem do 'blockbuster' moderno.”, concluiu sem falsas modéstias.

DO PIOR PARA O MELHOR, OS FILMES DE MICHAEL BAY.