A Universal Pictures International pediu desculpa à atriz Laverne Cox por ter usado vozes masculinas em versões dobradas do filme "Uma Miúda com Potencial" na Europa.

Para alterar, a distribuidora adiou as estreias em Itália e Alemanha do filme que valeu o Óscar de Melhor Argumento Original à realizadora Emerald Fennell. Em Espanha, onde já estreou em abril, a alteração será feita nas versões "home video".

“Estamos profundamente gratos à Laverne e à comunidade transgénero por abrir os nossos olhos para um preconceito que nem nós nem muitos na nossa indústria reconheceram", avançou o comunicado da Universal Pictures International.

"Embora não tenha havido nenhuma intenção maliciosa por detrás deste erro, estamos a trabalhar diligentemente para corrigi-lo. Começámos a fazer a dobragem da voz [...] com atrizes nos nossos territórios internacionais e estamos a adiar as datas de estreia para garantir que esteja disponível a versão correta. Lamentamos a dor causada, mas estamos gratos por poder resolver a situação neste filme e evitar que erros semelhantes aconteçam novamente em projetos futuros", acrescentou a nota.

A polémica começou em Itália, onde o filme ia estrear esta quinta-feira, com a divulgação de um clip de "Una Donna Promettente" a 6 de maio: as imagens mostravam a protagonista, interpretada por Carey Mulligan, a conversar com Gail, a sua chefe e única amiga, papel de Cox, que tem uma voz claramente masculina, posteriormente confirmada como sendo a do ator Roberto Pedicini.

"Acho que esta escolha de dobragem foi um verdadeiro ato de violência. É um insulto. Sentir-me-ia agredida se fosse ela [Cox]. ”, disse ao jornal britânico The Guardian a atriz transgénero italiana Vittoria Schisano, que dobrou a canadiana no documentário "Amend: The Fight for America".

A polémica pode ser nova, mas não a situação: a dobragem italiana de Laverne Cox noutros projetos ao longo dos anos, como "Orange Is The New Black", "The Mindy Project" e "Doubt", foi feita pelo mesmo homem, Andrea Lavagnino.