"Hitman" confunde-se exatamente com um videojogo com ação imparável e uma astronómica contagem de corpos chacinados. O protagonista Rupert Friend, como Agente 47, dispara bem mas não é grande espingarda no papel principal, o britânico infelizmente não pôde fazer muito mais num desempenho de um homem que é uma lapa em termos sentimentais. Rupert Friend é atropelado pela performance de Hannah Ware, a atriz rouba o protagonismo e salva a honra do convento na interpretação de uma misteriosa personagem que demonstra ser a chave de todos os problemas.

A premissa é básica, o Sindicato é uma organização criminosa que procura o paradeiro de um cientista (Ciarán Hinds) que criou “máquinas de guerra humanas”. O programa Agente foi supostamente suprimido mas há o desejo de se criar novamente um exército de guerreiros sem sentimentos, a única pista da organização é encontrar Katia (Hannah Ware), a filha do cientista. Por seu lado, o Agente 47 deve encontrar primeiro Katia e despertar-lhe o potencial adormecido de predadora natural. Hannah Ware tem presença no ecrã não só pela sua beleza como também o saber interpretar a aflição de descobrir o pai e entender o porquê das suas extraordinárias capacidades especiais. Podemos esperar intermináveis sequências de tiroteio, luta e perseguições pelo meio da tentativa dos personagens criarem o seu próprio destino. As sequências de luta nem sempre estão bem filmadas com o espetador a tentar descortinar o que se passa em cena. O filme foi realizado pelo estreante Aleksander Bach. Ainda podemos contar com um descarado “product placement” ao potente Audi RS 7 que se transforma num herói de ação e tem mais personalidade e agilidade do que Rupert Friend...

“Hitman” respeita a iconografia do jogo e não possui qualquer tipo de pretensões artísticas mas sentimos que se desperdiçou potencial com tantos meios à disposição. Hannah Ware foi uma boa surpresa e pode ser o futuro desta série de filmes.

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