Na plateia do Coliseu do Porto foram os adolescentes quem ficou lá à frente. Cartazes em punho, gritos de histeria para os Vampire Weekend. Os "cotas" ficaram mais lá para trás, ou nas bancadas, mas, parado, foi coisa que o público não esteve no concerto dos nova-iorquinos.
No palco, Ezra Koenig (vocalista), Chris Baio (baixista), e Chris Tomson (baterista) vestiam-se de camisa abotoada até ao colarinho à excepção de Rostam Batmanglij (teclista/guitarrista) que a traz desabotoada com uma t-shirt por baixo. Ezra Koenig usava sapatos de vela, qual verdadeiro "betinho". Mas os Vampire foram tudo menos acanhados. A bandeira de Portugal também lá estava.
Desde "Holiday" que a festa, e literalmente, a festa... começou. Mãos no ar, gritos de histeria, saltinhos e mais saltinhos a acompanhar o tom descontraído da música. "White Sky" fez manter o ritmo. "Uh uh uh uh uh", o público acompanhava no refrão. "Cape Cod Kwassa Kwassa" manteve a frescura na sala. "Cousins" foi um dos primeiros momentos altos da noite. Ao primeiro acorde na guitarra de Ezra já havia histeria colectiva quanto mais quando o ritmo se impõs. O espectáculo cénico também ajudou. A conjugação das luzes com as batidas das músicas foi muito bem conseguida pela produção do espectáculo.
Depois de "Run", Ezra preparava o público para o que vinha a seguir: "Espreguicem-se, estiquem os músculos, esta é para dançar". E assim foi "A-Punk", um baile colectivo saltitante onde todos, à excepção de Chris Tomson na bateria, dançaram. Chris Baio, peculiar nos passos de dança marcou um ritmo bem disposto que caracteriza o quarteto em palco. "Diplomat Sun", uma mistura de ritmos africanos, havaianos também não deixou ninguém indiferente.
Pausa para descanso. "I Think Ur A Contra" baixou o ritmo da sala. Havia mãos e braços ondulantes, isqueiros e muitos telemóveis no ar. Um ambiente etéreo que em nada desagradou o público a julgar pelos corpos ondulantes. Ainda houve tempo para "Oxford Coma" e para Ezra Koenig se despedir com um "paz". Voltaram para o encore com "Horchata", "Mansard Roof" e "Wallcott". Um final grandioso num concerto que começou e acabou em festa.
Foi um espectáculo pequeno, pouco mais de uma hora, mas definitivamente de boa qualidade. As músicas curtas, mas bem entralaçadas, a empatia dos Vampire Weekend com o público, fizeram do Coliseu do Porto, o lugar perfeito para a "festa". E se Nova Iorque é a cidade da multiculturalidade, os Vampire Weekend são-no por arrasto. Com apenas dois álbuns editados "Vampire Weekend" de 2008 e "Contra" de 2010, o quarteto consegue ser melódico, alegre, "ska", pop e, por isso, tem tido a crítica do seu lado.
A isto juntam-se as actuações vibrantes e enérgicas da banda ao vivo. Ezra prometeu voltar ao Porto. "Quando lançarmos o novo álbum vimos apresentá-lo ao Porto". O público do Porto nunca se esquece.
Veja as fotos do concerto:
Texto@Catarina Osório
Fotos@Alice Barcellos
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