A data de reedição dos dois álbuns, “em versão superiormente remasterizada e agora finalmente disponível nos três formatos (LP, CD, digital)”,“que o genial cantautor gravou”, e “nos quais doze das músicas foram compostas propositadamente para peças de teatro”, foi anunciada pela editora Mais 5, num comunicado hoje divulgado.

“Estamos, assim, perante mais uma (re)descoberta – em dose dupla - da visionária construção da música popular portuguesa que José Afonso [também conhecido como Zeca Afonso] nos ofereceu e continua a oferecer”, refere a editora.

No dia anterior à reedição, o Teatro A Barraca, em Lisboa, acolhe “uma emissão especial de rádio, com entrevistas a Maria do Céu Guerra, atriz, encenadora e cofundadora d’A Barraca, e também a João Mota, ator, encenador, professor e teatrólogo cofundador d’A Comuna - Teatro de Pesquisa, no âmbito das suas partilhas dessa altura com José Afonso e da sua ligação ao teatro, especificamente com estes dois álbuns”.

Na ocasião, “irão também estar presentes alguns músicos da nova geração, que trabalham na atualização constante das tradições da música popular: Pedro Lucas, Lavoisier, Roberto Afonso e Patrícia Relvas”.

Esta iniciativa tem entrada livre, mediante confirmação de presença, através do correio eletrónico label@mais5.net.

José Afonso nasceu a 2 de agosto de 1929, em Aveiro, e começou a cantar enquanto estudante em Coimbra, tendo gravado os primeiros discos no início dos anos 1950 com fados de Coimbra, pela editora Alvorada.

Em 1964, lançou o álbum de estreia, "Baladas e Canções", sobretudo marcado pela tradição coimbrã, seguindo-se, em 1968, o primeiro de originais e o primeiro na editora Orfeu, de Arnaldo Trindade, sob o título “Cantares do Andarilho”.

Até 1981, editou uma série de álbuns que se tornaram marcos da música portuguesa, desde “Contos Velhos Rumos Novos” (1969) a “Fados de Coimbra e Outras Canções” (1981), passando por “Traz Outro Amigo Também” (1970), “Cantigas do Maio” (1971), “Eu Vou Ser Como a Toupeira” (1972), “Venham Mais Cinco” (1973), “Coro dos Tribunais” (1974), “Com as Minhas Tamanquinhas” (1976), “Enquanto há Força” (1978) e “Fura Fura” (1979).

Autor de “Grândola, Vila Morena”, uma das canções escolhidas para senha do avanço das tropas, na Revolução de Abril de 1974, José Afonso morreu a 23 de fevereiro de 1987, em Setúbal, de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada cinco anos antes.