![Ana Carolina na MEO Arena: A reportagem do concerto](/assets/img/blank.png)
Subiu ao palco 30 minutos depois da hora prevista, mas com uma força que não deixou ninguém indiferente. Após uma entrada que ficou marcada pela componente electrónica, muito característica do seu mais recente trabalho – “#AC” -, o tema escolhido para dar início ao concerto foi, também, a primeira faixa do mesmo, “Pole Dance”. Seguiram-se alguns temas do mesmo álbum, assim como uma reinterpretação do tema “Fire”, popularizado por Bruce Springsteen.
Sem pausas, a cantora avançou para alguns dos seus temas mais conhecidos, como “Eu Comi a Madonna” e “Pra Rua Me Levar”, que o público acompanhou com entusiasmo. Foi este último e os aplausos que se seguiram que fizeram a cantora parar pela primeira vez, não contendo a emoção, e explicar que está a viver “um momento especial”, pois não só está a apresentar um novo álbum, como a revisitar memórias que constroem 15 anos de carreira.
Sem se prolongar, Ana Carolina depressa avançou para outro dos seus mais recentes temas, “Combustível”. Este foi, revelou, o primeiro tema que (em conjunto com o seu baixista) escreveu para “#AC”. A plateia incendiou com a energia vinda do palco, estado esse que se manifestou ainda mais ao som de “Mais Forte”, do mesmo disco.
Um dos pontos altos de toda a noite, e sem dúvida um dos mais bonitos, chegou ao som de uma versão intimista de “Coração Selvagem”, original de Belchior. Se alguém ainda não estava completamente rendido aos encantos da artista (difícil!), este foi o momento em que ela convenceu e ganhou a sala. E, para não haver sequer dúvidas, seguiu com “Eu Sei Que Vou Te Amar”, tema que gravou para a banda sonora de “Em Família”, telenovela da Rede Globo, que é exibida em Portugal na SIC.
Não demorou até que Ana Carolina voltasse a causar outro momento de explosão na sala. Esse momento, que era também, provavelmente, o mais aguardado da noite, chegou com a entrada de Paulo Gonzo em palco. Interpretaram “Quem de Nós Dois”, dueto que gravaram para o último disco de Gonzo, e que é um dos mais emblemáticos temas da artista.
Esta noite mostrou ao público outros talentos de Ana Carolina, para além da sua voz peculiar: a cantora participou, juntamente com alguns dos membros da sua banda, num número de precursão; e, ao som de “Resposta da Rita”, a cantora mostrou ainda a brasileira que é, sambando durante toda a canção.
Numa atmosfera mais acústica, partilhou com o público um ‘quase-original’, que funde duas músicas um tanto improváveis – “Piriguete”, de MC Papo, e “Você Não Vale Nada Mas Eu Gosto de Você”, de Calcinha Preta – e dá origem a um tema que poderia muito bem ser da sua autoria.
Regressando a “#AC”, e em contraste com as centenas de telemóveis que se encontravam apontados ao palco, é a vez de “Pelo iPhone”, que fala precisamente dessa ‘doença’ que se tornou a tecnologia - doença essa da qual a cantora admite também sofrer.
“Sorte, saúde, grana e sexo” é aquilo que todos precisamos na nossa vida, conclui Ana no final de “Elevador”. Nesta altura, já eram poucos os espectadores que se mantinham nas suas cadeiras, e alguns sortudos aproveitaram “Garganta” para se aproximarem da frente do palco e interagirem com a cantora, que ao longo do concerto foi recolhendo todos os presentes que conseguia apanhar das mãos dos admiradores.
Seguiu-se, já em jeito de despedida, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, que, embora repetida, voltou a emocionar todos os presentes. “É Isso Aí”, no entanto, foi o tema que conseguiu arrecadar os maiores aplausos e as reacções mais emotivas, sendo também a escolhida para fechar o concerto. Ainda assim, a excitação do público não diminuiu. Resultado: A cantora regressou ao palco com a sua banda, para cantar, mais uma vez, “Pra Rua Me Levar”, após a qual saiu pela segunda e última vez.
Há momentos que validam a importância e a relevância da música. E foi numa noite de chuva, frio e trânsito que Ana Carolina regressou aos palcos de Lisboa e conduziu os presentes a um ‘mix’ de sensações e emoções que só comprovaram uma coisa: Ana, Portugal não vai nem quer saber “parar de te olhar”!
Texto: Inês Fonseca
Fotografias: Marta Ribeiro
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