"Obviamente que é um privilégio, é uma das salas mais referidas a nível mundial, uma das mais conhecidas. É uma emoção pensar na história do local, nas pessoas que por lá passaram, mas é uma emoção moderada", disse o músico à agência Lusa.

Zambujo iniciou esta digressão no final de janeiro com um concerto em Los Angeles, na Califórnia, e outros dois em Folsom e São Francisco. Seguiu depois para Phoenix, no Arizona, Kirkland, em Washington, Vancouver, no Canadá, Mineapolis, no estado com o mesmo nome, e na quinta-feira tinha atuação programada em Miami, na Flórida. "Tem corrido muito bem, tem sido muito agradável. Estamos a repetir algumas cidades da última digressão e é bom ver que há pessoas que voltam, o que significa que fidelizámos público, e ainda trazem outras pessoas com elas", explicou António Zambujo.

Em palco, o fadista é acompanhado por Bernardo Couto na guitarra portuguesa, José Miguel Conde no clarinete, João Moreira no trompete, e Ricardo Cruz no contrabaixo. Zambujo diz que o concerto que tem apresentado "tem a sua base no último disco, mas não é fechado, e passa por músicas de outros álbuns."

"Quinto", o seu último álbum, foi álbum de Platina em Portugal e considerado pela revista Bliz o melhor português do ano. Nos Estados Unidos, foi editado pela World Village. Na altura do lançamento, Zambujo garantiu à Lusa que o triângulo musical formado pelo Alentejo, Brasil e o Fado "é para manter" e, neste sentido, este trabalho "é uma confirmação de caminhos trilhados", mas "em termos de influências haverá sempre adições e nunca subtrações".

António Zambujo disse à agência Lusa que começa a gravar o próximo álbum no verão e espera que este esteja pronto no final do ano. "Para já, ainda temos muitos concertos. Mas todos estas viagens, todos estes concertos vão influenciar o novo trabalho. Um disco é sempre um registro de um determinado momento e este não vai ser diferente", explicou Zambujo.

Na última digressão do fadista nos Estados Unidos, em 2012, o jornal The New York Times publicou uma critica muito positiva do artista. "Zambujo presta reverência à história do fado. O seu concerto incluiu canções ligadas aos cantores mais indeléveis do fado: Miss [Amália] Rodrigues e Alfredo Marceneiro. No entanto, ele vai levando o fado, discretamente, para territórios mais seus, ligando o fado tanto à música regional do sul de Portugal, onde cresceu, como à pop brasileira, que tem alguma da graciosidade do fado", escreveu o crítico Jon Pareles no jornal norte-americano.

Ainda em fevereiro, o fadista atua no Luxemburgo (12) e quatro cidades francesas, Bischheim (13), Béthune (14), Rezé (15) e Saint Florent (16). António Zambujo apresenta-se depois em conjunto com Ana Moura nos coliseus de Lisboa e Porto, nos dias 19 e 21 de março

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